Assassino de Francielli vai a júri popular por feminicídio e tortura
Casal morava no Portal Caiobá e vítima passou 27 dias sofrendo sessões de violência
Adailton Freixeira da Silva vai a julgamento popular pelo assassinato da esposa Francielli Guimarães Alcântara, de 36 anos, que passou 27 dias sendo torturada, em sessões de violência que antes de lhe levarem a vida resultaram em dentes quebrados, perda da pele das nádegas por queimaduras devido a choques e perfurações de faca.
A 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande pronunciou Adailton, 46 anos, por homicídio qualificado por motivo torpe, asfixia, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio (crime de ódio contra as mulheres). Além de cárcere privado e tortura. A Justiça manteve a prisão do autor, atrás das grades desde 31 de janeiro.
O casal morava no Bairro Portal Caiobá, em Campo Grande. Francielli morreu em 26 de janeiro. Adailton fugiu em seguida, antes, somente comunicou um filho da vítima sobre o óbito. A informação oficial era de que a mulher teve mal súbito, mas o corpo da vítima mostrava as marcas da violência sofrida.
Acionada por vizinhos, a Polícia Militar chegou a ir ao local por três vezes, mas Francielli, com muito medo das ameaças, dispensava os policiais.
Durante interrogatório, Adailton confessou o assassinato. Contudo, negou que tivesse torturado por um mês e mantido em cárcere privado a mulher com quem vivia.
Sobre as diferentes lesões encontradas no corpo de Francielli, Adailton enumerou uma série de justificativas. Afirmou que a vítima "tinha surtos, puxava os próprios cabelos e batia a cabeça na parede", também alegou que a diabetes e tratamento para AVC eram as causas de muitos ferimentos. "Ela não queria ir ao posto para tratar e eu era quem fazia os curativos", declarou.