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Capital

Assassino diz não lembrar motivo e achou que irmã apenas desmaiou com mata-leão

Antônio Benites, 38 anos, conhecido como "Ninho", é acusado de matar a irmã asfixiada, em Campo Grande

Dayene Paz e Mirian Machado | 30/05/2022 10:44
Homem foi preso neste domingo (29) e está em uma das celas da Deam. (Foto: Paulo Francis)
Homem foi preso neste domingo (29) e está em uma das celas da Deam. (Foto: Paulo Francis)

Antônio Benites, de 38 anos, vulgo "Ninho", afirmou não se lembrar do motivo que o levou a asfixiar a irmã, Patrícia Benites Servian, de 31 anos, na madrugada de sexta-feira (27), em Campo Grande. Ele ainda alegou, durante interrogatório, acreditar que a irmã havia apenas desmaiado.

As informações foram repassadas durante coletiva de imprensa, na manhã desta segunda-feira (30), pela delegada Elaine Benicasa e Ana Luiza Noriler, da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher). Antônio foi capturado na manhã deste domingo (29) por um policial militar que havia acabado de sair do plantão. Ele seguia pelo anel viário, próximo ao pontilhão da saída para Três Lagoas.

Delegada Elaine, à esquerda, e Ana Luiza, de blusa amarela. (Foto: Mirian Machado)
Delegada Elaine, à esquerda, e Ana Luiza, de blusa amarela. (Foto: Mirian Machado)

Levado para a delegacia, Benites foi ouvido em interrogatório. À polícia, alegou que estava bebendo com a irmã, quando tiveram uma discussão, que culminou em luta. "Não se recorda do motivo da discussão, mas afirma que acabou desferindo um mata-leão na própria irmã. Ela desmaiou e, a princípio, ele imaginou que seria apenas um desmaio, mas depois, percebeu que ela não tinha sinais vitais, então levou o corpo até o fundo da casa e colocou um lençol sobre", revela Elaine.

Ao ser descoberto pelos familiares, que notaram o sumiço de Patrícia, Antônio conseguiu fugir e com uma tesoura, retirou a tornozeleira eletrônica que utilizava em razão de outro crime. Familiares afirmam que Antônio assassinou Patrícia na frente dos dois filhos dela, de 3 e 5 anos, no entanto, ele alega que os menores estavam dormindo. "As crianças serão ouvidas em depoimento especial na Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente)", ponderou.

À polícia, Antônio não demonstrou arrependimento. Ele foi diagnosticado por perícia psicológica como psicopata em janeiro de 2019, conforme laudo anexado em processo que ele respondeu por estupro. "Para a gente saber se realmente ele era uma pessoa violenta da parte doméstica, dentro de casa, com seus familiares, nós precisamos fazer diligências e ouvir as pessoas que conviviam com ele", disse a delegada Ana Luiza.

Além disso, a polícia aguarda laudo que irá apontar se Patrícia foi estuprada antes de ser morta. Antônio foi preso preventivamente por feminicídio e ocultação de cadáver. Ele ocupa uma das celas da Deam, em Campo Grande, de onde deve ser levado ao presídio.

Caso - Conforme a investigação policial, Patrícia foi asfixiada até a morte pelo próprio irmão na casa onde vivia, no cruzamento das ruas Dalva de Oliveira com Francisco da Silva, no Bairro Tiradentes, em Campo Grande. O homem chegou a cavar uma cova no quintal para enterrar a irmã.

O crime ocorreu na madrugada de sexta-feira (27), mas o caso só veio à tona no final da tarde do mesmo dia, depois que familiares invadiram a residência ao notar o sumiço da mulher. Antônio saiu correndo após ser descoberto e, desde então, seguia foragido, até ser localizado na rodovia neste domingo.

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