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Capital

Associação repudia advogados que desacataram policiais

Sérgio Augusto Brito Pereira, de 51 anos, foi executado na porta de casa por atiradores de motocicleta

Por Viviane Oliveira | 23/03/2024 13:45
Equipes da Polícia Civil e Militar acompanham perícia no local do crime (Foto: Juliano Almeida) 
Equipes da Polícia Civil e Militar acompanham perícia no local do crime (Foto: Juliano Almeida)

A Adepol (Associação dos Delegados de Polícia de Mato Grosso do Sul) encaminhou nota repudiando quatro advogados que desacataram a equipe policial no dia da execução do agiota Sérgio Augusto Brito Pereira, de 51 anos.

Ele foi morto a tiros na porta de casa, na noite de terça-feira (19), no cruzamento das ruas Irene Vilela Ferreira com a João Vieira de Menezes, no Bairro Rita Vieira, em Campo Grande. O filho dele, de 15 anos, também acabou atingido pelos tiros e socorrido em estado grave.

Conforme a associação, a equipe de polícia chefiada pelo delegado Felipe de Oliveira Paiva, plantonista da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol (Centro Especializado de Polícia Integrada), fazia levantamento iniciais e periciais, quando os advogados ultrapassaram  a fita de isolamento.

A associação alega que eles desobedeceram a ordem legal da autoridade policial, comprometendo a preservação e coleta de vestígios e ao final, incitando a população contra a polícia, gerando perigo de agressão aos policiais.

Ainda segundo a Adepol, foram adotadas medidas necessárias para identificação dos advogados “para que ocorra a devida investigação criminal e administrativo disciplinar, visando a respectiva responsabilização em todas as esferas, posto que toda e qualquer violação das prerrogativas e da integridade física e moral dos delegados é inadmissível e será sempre combatida incansavelmente”.

Confusão - Segundo o boletim de ocorrência, quatro advogados chegaram na cena do crime, ignorando a fita de isolamento, afirmando que estavam no local para acompanhar o trabalho policial. Quando a PM (Polícia Militar) solicitou que saíssem do local do crime, passaram a causar confusão “dizendo que a polícia estava cerceando o direito deles em acompanhar as investigações".

Um dos advogados disse que a polícia havia sido arbitrária ao entrar no imóvel, já que não era local de crime. A PM respondeu que a casa se tratava sim de uma cena de crime, onde havia arma de uso restrito e sem documentação. Os advogados insistiam em dizer que a esposa de Sérgio foi coagida a informar onde estavam essas armas.

Também disseram que a PM se apossaria de uma aliança e R$ 704 em dinheiro que estavam com Sérgio no momento em que foi executado. Os pertences seriam entregues à esposa, mas por causa da confusão com os advogados acabaram apreendidos e levados para a delegacia. Os atiradores ainda não foram identificados.

Armas - A polícia e perícia encontraram no guarda-roupas do quarto da vítima e de sua esposa: um rifle calibre 22 e uma carabina calibre 40, armas devidamente registradas em nome de Sérgio. Também havia um fuzil calibre 5.56, com numeração legível, um carregador e 50 munições, arma sem documento de registro junto ao órgão competente e que estava penhorada por conta de empréstimo de dinheiro. Os policiais encontraram junto às armas um registro que indica que Sérgio era CAC (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador).

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