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Capital

Ato antiaborto apela à "preservação da vida humana" e pede buzinas em apoio

Manifestação começou às 8h deste sábado e acontece numa das esquinas mais movimentadas do Centro da Capital

Por Cassia Modena e Geniffer Valeriano | 23/03/2024 10:21
Manifestantes antiaborto no cruzamento da Rua 14 de Julho com a Rua Barão do Rio Branco (Foto: Geniffer Valeriano)
Manifestantes antiaborto no cruzamento da Rua 14 de Julho com a Rua Barão do Rio Branco (Foto: Geniffer Valeriano)

Reaceso pelos debates das eleições presidenciais dos Estados Unidos e após virar um direito na França, o aborto é tema de ato que acontece desde as 8h no Centro de Campo Grande na manhã deste sábado (23).

Banner que manifestantes seguram apela pela "preservação da espécie humana" e pede buzinas em apoio. Cartazes dizem que "bebê também é gente" e panfletos distribuídos aos motoristas e pedestres informa sobre a "síndrome pós-aborto" e sobre julgamento relacionado à descriminalização no STF (Supremo Tribunal Federal).

O movimento é organizado pela Rede Nacional em Defesa da Vida e da Família em 20 capitais. A presidente da entidade em Mato Grosso do Sul, Michele Giongo, explica que o ato é motivado pelo "dia da anunciação", que é em 25 de março. Data em que Maria, segundo os religiosos, concebeu Jesus Cristo.

Manifestante aproveita semáforo fechado para exibir cartaz antiaborto (Foto: Geniffer Valeriano)
Manifestante aproveita semáforo fechado para exibir cartaz antiaborto (Foto: Geniffer Valeriano)

"Nós defendemos a vida e a mulher, que é o santuário da vida", diz Michele. Ela ressalta que os manifestantes também pedem que o Congresso Nacional aja para impedir a descriminalização do aborto até o terceiro mês de gestação no País, rejeitando a ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) nº 442, que poderá ter discussão retomada este ano no STF (Supremo Tribunal Federal).

Assistência - O ato também está servindo para divulgar os serviços gratuitos oferecidos pela Rede em Defesa da Vida e da Família em Mato Grosso do Sul e pela Rede Colaborativa em MS.

Assessora jurídica da outra entidade, Flavia Chagas relata que é feito aconselhamento médico e psicológico, apoio no encaminhamento à adoção e o direcionamento de mulheres ao mercado de trabalho. "Após a gestação, mulheres atendidas são acompanhadas por até três anos", acrescenta.

Cerca de 20 manisfestantes antiaborto estão numa das esquinas mais movimentadas do Centro (Foto: Geniffer Valeriano)
Cerca de 20 manisfestantes antiaborto estão numa das esquinas mais movimentadas do Centro (Foto: Geniffer Valeriano)

Michele relata que a rede que preside atendeu recentemente um casal que desistiu do aborto de um feto com a malformação anencefalia.

"Desistiram e prosseguiram com a gestação. O bebê viveu muito pouco tempo, mas foi muito amado. Não estamos dizendo que não é uma dor, mas o aborto gera outra dor que é a 'sindrome pós-aborto'", diz.

Movimento em MS - As duas redes defendem que o aborto seja proibido no Brasil em qualquer situação. Nem mesmo nos casos já autorizados por lei, quando houve estrupo ou malformação do feto.

Segundo Flávia, o Congresso Nacional já recebeu 69 moções antiaborto de entidades e moradores de Mato Grosso do Sul. "E serão enviadas ao menos mais nove", diz. Ela quer que o Brasil siga o exemplo dos Estados Unidos. "Temos que acompanhar países mais desenvolvidos que são majoritariamente contra o aborto, andar em conjunto", diz.

Michele afirma que a ADPF é um "cavalo de Troia" por "abrir muitas brechas" à legalização do aborto no País. "Se ele for aprovado, quem vai me garantir que quem fizer o aborto, matar um bebê, não vai matar em vida [outra pessoa]?", questiona.

As duas afirmam que os movimentos antiaborto lutam principalmente para a mulher ter informação. "Estaremos em escolas realizando palestras para levar isso", finaliza Flávia.

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