"Big Brother do lixo" rastreia caminhões e sistema alerta sobre rua sem coleta
Campo Grande é dividida em 122 setores pela CG Solurb e maior rota chega a 63 quilômetros
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Enquanto uma frota de caminhões parte da CG Solurb na Avenida Gunter Hans, Bairro Guanandi, numa logística com saídas às 7h, 9h, 19h e 21h, outra frota entra em cena para enviar as informações para o cérebro das operações: são 45 celulares que alimentam com dados a sala onde monitores marcam em vermelho até as ruas que estão sem coleta.
No Big Brother do lixo, cada motorista leva um telefone da empresa, que permite saber a localização e quilômetros rodados.
Neste retrato, Campo Grande não é dividida em 74 bairros ou sete regiões urbanas, mas em 122 setores. O mais longo é justamente o setor 122, que fica na região da Chácara dos Poderes.
Por lá, a rota do caminhão da coleta de lixo é de 63 quilômetros. Já o setor 104, que abrange os bairros São Conrado, Santa Emília e residencial João Alberto Amorim dos Santos (Portal Caiobá), tem 43 quilômetros, mas é considerado um dos mais “pesados”, por conta de a capacidade do caminhão ser atingida várias vezes, o que exige mais duas ou três viagens ao aterro sanitário, destino final da coleta no Bairro Dom Antônio Barbosa, saída para Sidrolândia.
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A depender do modelo, os caminhões comportam de 8 mil a 12 mil quilos de resíduos. Com a rota monitorada, a tela de controle sinaliza com ponto vermelho as ruas onde os veículos não passaram. Então, é feito contato com o condutor, que deve explicar o motivo.
Uma possibilidade é de que o veículo não entrou porque a via estava em obras ou porque os coletores recolheram o lixo a pé. Para a coleta, 31 caminhões circulam pela cidade durante o dia, mesma frota que vai para a rua à noite.
Campo Grande produz quase 900 toneladas de lixo diariamente. O contrato da concessionária e a prefeitura da Capital teve início em 2012, com valor global de R$ 1.827.414.324,87 e duração de 25 anos.