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Capital

"Bom dia, patriotas!": bolsonaristas mantêm protesto à base de tereré e panetone

Duas faixas da Avenida Duque de Caxias continuam bloqueadas e grupo reduzido se manifesta contra eleição

Silvia Frias e Mariely Barros | 03/11/2022 08:16
Em frente ao CMO, pequeno grupo mantém protesto contra resultado das urnas. (Foto: Marcos Maluf)
Em frente ao CMO, pequeno grupo mantém protesto contra resultado das urnas. (Foto: Marcos Maluf)

“Bom dia, patriotas!”. Logo cedo, o manifestante bolsonarista saudou os companheiros que mantêm acampamento em frente ao CMO (Comando Militar do Oeste), na Avenida Duque de Caxias. Nesta quinta-feira (3), em grupo menor, dizem que vão manter o protesto até declaração sobre “intervenção federal”.

Sob uma das lonas montadas no canteiro da Avenida, em frente ao CMO, pequeno grupo se preparava para enfrentar mais um dia de protesto. A manhã desta quinta-feira foi regada a café, panetone, tereré e muita conversa. Depois, eles ocupam uma das pistas que ainda permanece interditada, empunhando bandeiras do Brasil.

Cones sinalizam pneus colocados por manifestantes. (Foto: Marcos Maluf)
Cones sinalizam pneus colocados por manifestantes. (Foto: Marcos Maluf)

São pelo menos nove barracas montadas ao longo do canteiro, ladeadas pelas caminhonetes e caminhão. Próximo do local, sacos de lixos lotados com os restos do protesto de ontem, regado a churrasco e cerveja.

Os manifestantes bloqueiam duas pistas da Avenida e cones da PM (Polícia Miliar) foram colocados à frente para sinalizar o bloqueio. Uma equipe da BPMTran (Batalhão de Policiamento de Trânsito) acompanha o bloqueio.

Somente uma pista é utilizada pelos condutores, que enfrentam fluxo lento e constante nesse início de dia útil. A PM informou que irá permanecer no local, por tempo indeterminado, enquanto o bloqueio continuar.

Bruno Andrade diz que grupo está disposto a ir para guerra. (Foto: Marcos Maluf)
Bruno Andrade diz que grupo está disposto a ir para guerra. (Foto: Marcos Maluf)

“Vamos ficar aqui até ter resposta do presidente Bolsonaro falando sobre interdição federal”, disse Bruno Andrade, 40 anos, que “trabalha com agro”, segundo sua definição.

Andrade foi o único que falou com a equipe do Campo Grande News. Ele veio de Rochedo ontem, por volta das 7h, com cerca de outros 50 bolsonaristas. Andrade disse que os manifestantes não aceitam a decisão das urnas e que estão contestando o STF (Supremo Tribunal Federal). “Quem tá aqui, vai ficar até o fim, a maioria aqui é do interior, se manifestando pelo bem do Brasil”, afirmou. Enfático, acrescentou. “Se precisar, vamos até para a guerra”.

Manifestantes estão concentrados ao longo do canteiro da avenida. (Foto: Marcos Maluf)
Manifestantes estão concentrados ao longo do canteiro da avenida. (Foto: Marcos Maluf)

Ontem, Jair Bolsonaro voltou a falar sobre o protesto e pediu que os manifestantes desobstruíssem rodovias. "O fechamento de rodovias pelo Brasil prejudica o direito de ir e vir das pessoas, está lá na nossa Constituição”.

As manifestações começaram desde o último domingo (30), quando Bolsonaro perdeu o 2º turno das eleições para o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Sem aceitar a decisão das urnas, os apoiadores bolsonaristas fizeram bloqueios ilegais em pontos de rodovias do país e ainda foram para frentes dos quartéis pedindo intervenção militar.

Trânsito lento e constante em ponto de bloqueio, na Avenida Duque de Caxias. (Foto: Marcos Maluf)
Trânsito lento e constante em ponto de bloqueio, na Avenida Duque de Caxias. (Foto: Marcos Maluf)


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