"Pelo futuro de nossas crianças”, dizem manifestantes insatisfeitos com as urnas
Os pedidos concentram-se em fazer justiça e tentar reverter o que acreditam ter sido uma “campanha desleal”
Insatisfeitos com o resultado das eleições presidenciais do último dia 30 de outubro, milhares de manifestantes lotam a frente do CMO (Comando Militar do Oeste) em Campo Grande, na Avenida Duque de Caxias e os pedidos concentram-se em fazer justiça e tentar reverter o que acreditam ter sido uma “campanha desleal”.
Na Avenida, o casal Marisa Pérez, 44 anos, e Francisco Sales Filho, 50, veio do Bairro Pioneiros e levou os netos de 12 e 6 anos de idade e ainda a filha de 23 para pressionarem as autoridades na tentativa de que o resultado seja revisto. “A injustiça foi feita antes das urnas, foi durante a campanha, porque a Justiça só tinha um lado”, afirmou Francisco.
Sua esposa comentou que está protestando por conta do futuro de seus netos. “Estamos aqui por causa deles, pelas crianças”, afirmou. Para o casal, “alguém que pode, tem que fazer alguma coisa, tem que se levantar” e que “alguém tem que responder à Nação. A Nação está clamando. Alguém do Exército, dentro da legalidade, da Constituição. A gente está fazendo a nossa parte”, ressalta.
Vindos do Bairro Tiradentes, Neuraci Leonel, 53, e o marido Valnidércio Leonel, 61, juntaram-se aos manifestantes por volta das 8h30 de hoje e repetem que a eleição não foi justa. “A democracia não foi respeitada”, disseram. Sobre os pedidos, afirmam que querem um país livre direito de cultuar a Deus e que “deve ser respeitado o direito da maioria e acredito que a maioria é de direita”, avaliou Neuraci.
Sobre possíveis mudanças a partir dos protestos, eles comentam que acreditam sim que são possíveis. “Acredito no poder da democracia. Estamos aqui mostrando nosso direito de contestar, porque o Brasil está se mostrando que não houve paridade nas eleições, houve muita tendência pra esquerda”.
O casal sustenta que “nosso Supremo (Tribunal Federal) está sendo tendencioso e partidário. Espero que as autoridades façam a análise da vontade do povo, porque supremo é o povo”. Revoltados com o resultado das urnas, Neuraci e Valnidércio afirmam que “não podemos deixar um ladrão ser chefe das nossas Forças Armadas. Como pode uma coisa dessa? Queremos liberdade e poder cultuar, independente das religiões. Queremos respeito à vida”.
Na Avenida, carros de som, bandeiras e oração deram o tom e o protesto deve ser estender até à noite.
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