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Economia

Risco de faltar alimento em MS é baixo e entidades pedem "tranquilidade"

Produtores e vendedores de alimentos pedem que população não faça estoques nesta semana

Guilherme Correia | 01/11/2022 09:47
Consumidora segura pacote de feijão em supermercado na Capital; entidades afirmam que há estoque suficiente. (Foto: Kísie Ainoã)
Consumidora segura pacote de feijão em supermercado na Capital; entidades afirmam que há estoque suficiente. (Foto: Kísie Ainoã)

Desde ontem (31), manifestantes contrários ao resultado das eleições bloquearam diversos trechos de rodovias brasileiras, inclusive em Mato Grosso do Sul, mas entidades de produção e venda de alimentos afirmam que, a menos que os protestos se estendam por mais tempo, o risco de desabastecimento é baixo.

Procurada, Amas (Associação Sul-mato-grossense dos Supermercados) informou ao Campo Grande News que não há risco iminente de desabastecimento de gêneros alimentícios em supermercados do Estado, bem como de produtos de limpeza e higiene. "Os estabelecimentos, na grande maioria, trabalham com estoques para, no mínimo, 15 dias".

A associação também ressaltou que não há relato de desabastecimento, inclusive de verduras, legumes e carnes, cujos estoques e prazo de validade são menores. "A entidade informa que está acompanhando a situação e que, em caso de necessidade, serão tomadas as devidas providências para evitar o desabastecimento".

O diretor de Abastecimento e Mercado da Ceasa-MS (Central de Abastecimento de Mato Grosso do Sul), Fernando Begena, explica que o estoque dos produtores que chegou entre sábado e segunda-feira é suficiente ao longo da semana, mesmo os de produtos perecíveis.

Ele afirma que até mesmo o preço dificilmente terá impacto por conta dos bloqueios e que possíveis variações são provocadas por outros fatores, como o fim de mês ou o feriado. “Existe uma variação de preço mas por conta da sazonalidade normal do agro. Então, como se trata de uma semana, o pessoal vai conseguir trabalhar com o que chegou no sábado e o pouco que conseguiu chegar aqui ontem”.

Begena ressalta, no entanto, que é preciso aguardar o desenrolar das manifestações para traçar novos passos. “Se de repente, tudo se normalizar até quinta ou sexta-feira, provavelmente não terão impactos. A gente tem que aguardar para ver o que vai acontecer durante a semana. Por enquanto, tudo está correndo normal, os supermercados trabalham com estoques, câmaras frias”.

Pode faltar? O economista Eugênio Pavão explica que o risco de desabastecimento está condicionado à duração do protesto. Na noite de segunda-feira, o STF (Supremo Tribunal Federal) determinou que a PRF (Polícia Rodoviária Federal) interrompesse os bloqueios em todas as rodovias federais do Brasil.

“Os combustíveis dependem do estoque disponível nos tanques e, com as notícias, outro setor que apresenta certa ‘corrida’ são os supermercados, onde diversas pessoas estão estocando produtos, levando inevitavelmente às quedas dos estoques. Como consequência, podemos ter altas de preços, levando em conta a lei da oferta e procura. A baixa oferta leva ao desequilíbrio, tendo no mecanismo de preços, o ajuste para o problema”.

Pavão destaca que o setor dos transportes públicos municipais pode ser afetado, mas que o de medicamentos, por exemplo, tende a não colapsar, já que há estoques com pequenas embalagens e determinações que impedem a criação de estoques por parte dos consumidores.

Desta forma, não há necessidade de corrida para estocar produtos, gastar os recursos antecipadamente, gerando problemas econômicos que não estavam previstos. Cabe às autoridades darem sinais para arrefecer esse movimento que foge da racionalidade econômica", afirmou o economista Eugênio Pavão.

Mesmo com determinação da Justiça para liberação das vias, bolsonaristas que começaram protestos após resultado das eleições no domingo (30) mantêm bloqueio em ao menos 12 pontos de rodovias federais e estaduais de Mato Grosso do Sul, nesta terça-feira (1).

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