Cansados de ter casas sujas, moradores denunciam depósito de carvão
Vizinhos do local afirmam que roupas no varal, casas e carros ficam sujos constantemente
“Imagina você morar ao lado de uma mina de carvão? Os moradores do Colibri sabem como é, e ninguém aguenta mais tanta poeira de carvão que este comércio produz”, assim se inicia a denúncia enviada ao Campo Grande News na manhã desta segunda-feira (14).
Com receio de se identificar e sofrer retaliações, o jovem de 27 anos pediu para ter sua identidade preservada. Próximo a sua casa há um depósito de carvão, localizado na Rua Eduardo Razuk Jorge, onde eles são embalados. Durante os trabalhos, a poeira de carvão invade as casas que ficam nos arredores da empresa.
“Me sinto mal em estar denunciando um 'comércio', sabe? Sei que são trabalhadores e estão atrás do pão de cada dia, porém a saúde da minha família e a minha também são importantes e é comprovado que é uma poeira que faz muito mal”, relatou.
Além do risco para a saúde, o analista de licitações relata que outros transtornos são gerados durante atividades simples do dia a dia, envolvendo coisas simples como lavar roupa. “As roupas do varal literalmente ficam da cor do carvão”.
Outro vizinho sofre com o mesmo problema, mas no caso dele as reclamações vão desde a limpeza da casa a do carro. Morando há mais de 30 anos na região, o homem de 40 anos, que também pediu para não ser identificado, contou que não faz muitos meses que o “sacolão” começou a trabalhar com carvão.
Após reclamações dos vizinhos, o muro que faz divisa do comércio com uma casa teve sua altura aumentada, mas mesmo assim os transtornos continuam a acontecer. Os moradores ainda relatam que outra alteração realizada foi no local onde os carvões são descarregados. “Mas não tem jeito, a gente limpa e continua a mesma coisa”, disse.
A reportagem conversou com a proprietária do depósito de carvão, de 54 anos, que não quis ter seu nome divulgado. A mulher contou que estava ciente das reclamações e transtornos gerados, mas em breve mudarão para o Bairro Los Angeles.
“Nós paramos, já não está mais mexendo na máquina. O que que faz poeira? É quando coloca na máquina, porque como a máquina é elétrica ela faz assim, treme, aí a poeira sobe. Quando estava chovendo, o carvão vinha úmido, então não tinha poeira. Agora, nessa seca, não dá”, explicou.
Ainda foi dito que o salão e o depósito do carvão já estão prontos, mas ainda falta fazerem a cobertura de onde será deixada a máquina. A empresária também relatou que havia dado aos vizinhos um prazo de 30 dias para saírem de lá e que faltam alguns dias para se encerrar.
“A gente estava esperando um lugar apropriado para ir, mas não estava achando. [...] A gente já parou mesmo, aproveitou que a máquina estragou e já vamos mudar para lá mesmo. Desde domingo está estragado”, finalizou.
O Campo Grande News procurou a prefeitura para falar desta situação, mas até o momento não recebeu nenhum retorno.
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