Cansados, pacientes de hospital particular esperam 4h30 na fila
Uma mulher de 27 anos chegou às 10h e até às 14h40 não havia sido atendida
Lotado, o Pronto Atendimento do Hospital Unimed em Campo Grande demorava, entre a manhã e a tarde desta segunda-feira, cerca de 4h30 para consultar os pacientes. Muitos deles afirmaram ter chegado às 10h e até às 14h30, não haviam sido atendidos.
Maior reclamação era para o momento de consulta, já que a triagem ocorria com certa celeridade. “Aqui na triagem, até que está andando rápido, mas o problema é quando entra lá dentro”, comentou senhora de 65 anos, que foi acompanhada da neta. “Quando entrei, não tinha lugar nem pra sentar, mas fazer o que né? Tem que esperar”, comentou.
A lotação era tanto na sala de espera da triagem quanto na área de espera dos consultórios. Na primeira, umas 30 pessoas esperavam pela primeira avaliação, já na outra, pelo menos 50. Uma mulher de 27 anos chegou às 10h e até às 14h40, não havia sido atendida. “Estou com sintomas respiratórios, acordei muito mal hoje, com muita dor no corpo”, disse, ressaltando que “e é particular, né? Se duvidar, teria sido atendida mais rápido se fosse no posto de saúde”.
Para outra cliente, de 31 anos e que estava levando o marido, ela disse que precisou sair do serviço para acompanhá-lo. “Lá de dentro, ele me disse que faz mais de uma hora que não chamam ninguém no painel, ele está com a pulseira verde”, disse, enfatizando que havia chegado às 10h. Pulseira verde significa que o paciente não é grave.
Para outra senhora, além da espera sem fim, ela reclamava do valor do estacionamento que, até 13h de hoje, já somava R$ 16,00. Nenhum dos entrevistados quis ter o nome publicado, porque os planos usados eram das respectivas empresas em que trabalhavam.
Em nota, o Hospital Unimed Campo Grande informou que houve aumento significativo de casos de dengue desde o início de 2022, especialmente no mês de abril e no início de maio, e que o fluxo de atendimento segue os protocolos e orientações do Ministério da Saúde em relação à classificação de risco e consequente espera por atendimento.
“Além disso, contamos com equipes completas de médicos e enfermeiros classificadores, focados no atendimento de pacientes confirmados ou com suspeita de dengue e de outras doenças”. Já sobre a quantidade de pacientes, a unidade disse que “não repassamos informações desta natureza, visando preservar nossos beneficiários e seus familiares”.
Outros locais – A reportagem esteve na Cassems e também no Prontomed – ala privada da Santa Casa –, onde o fluxo de pacientes estava de normal para baixo. No primeiro, a média de espera era de uma hora e havia cerca de 50 pacientes. Já no Prontomed, o atendimento era quase imediato, com apenas 15 pessoas esperando.