Capital rejeita vacinar crianças até imunizar população economicamente ativa
Campo Grande é contra o pedido feito pelo Cosems ao Ministério quer vacinar primeiro toda população adulta
A Prefeitura de Campo Grande não tem a intenção de vacinar crianças, pelo menos por ora. O objetivo é terminar o ciclo vacinal de toda a população economicamente ativa para depois abrir novos grupos prioritários.
Na semana passada, o Cosems (Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Mato Grosso do Sul) chegou a pedir ao Ministério da Saúde o aval para vacinar crianças a partir de 3 anos argumentando que isso daria maior segurança para a volta às aulas.
"Não temos essa previsão, conversei com o ministro também, não sou favorável a isso. Dizendo por Campo Grande, não somos favoráveis porque temos uma faixa de grupo muito importante para ser vacinada, que é a população economicamente ativa, de 20 a 30 anos", explicou o titular da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), José Mauro Filho.
O secretário enfatizou que a prioridade é vacinar toda a população, mas não pode deixar de vacinar os adultos para imunizar as crianças quando ainda se esbarra na questão da insuficiência nas doses.
"É uma medida confortável para quem já vacinou sua população inteira, como nos três municípios da fronteira, mas eles compartilham da distribuição de doses ao mesmo tempo. E não é um posicionamento que o Ministério entenda como adequado, justamente porque não tem doses suficientes para o Brasil todo e o pilar do SUS é a equiparidade", defendeu José Mauro.
Por mais que Mato Grosso do Sul lidere no ranking de vacinação, o secretário argumenta que é preciso pensar nos demais estados. "Se você olhar para os grandes centros urbanos, muitos não vacinaram 18 anos ainda", diz.
Em Mato Grosso do Sul, desde o início da pandemia 11 crianças morreram pela covid-19, deste número, duas delas eram da Capital.
Para o secretário, a taxa de letalidade não justifica a imunização agora. "Eu vou utilizar vacina agora para um público que praticamente não tem nenhuma letalidade? Se eu fizer isso vou deixar de vacinar a população economicamente ativa que são os pacientes que estão internando e morrendo. Na idade das crianças, acredito que não seja epidemiologicamente correto, muito menos questão de equiparidade", enfatiza.