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Capital

Casal é condenado por matar amigo a facadas e depois queimar corpo

Terceiro envolvido no crime teve julgamento remarcado após "conflito de defesas"

Ana Paula Chuva | 06/09/2023 15:51
Carina, o marido Rafael e Flávio, no começo do julgamento na manhã desta quarta-feira (Foto: Bruna Marques)
Carina, o marido Rafael e Flávio, no começo do julgamento na manhã desta quarta-feira (Foto: Bruna Marques)

Carina Barbosa dos Santos, 32 anos, e Rafael de Almeida Freitas, 34 anos, foram condenados pelo assassinato e ocultação do cadáver de Ricardo Ventura Barbosa. O casal passou por julgamento nesta quarta-feira (6) e o terceiro envolvido no crime, Flávio da Silva Siqueira, 32 anos, teve o júri remarcado.

O crime aconteceu no dia 30 de julho de 2020, na Rua Michel Calarge, Bairro Jardim Colibri, em Campo Grande. Ricardo foi morto a golpes de faca e depois teve o corpo queimado e enterrado, sendo encontrado apenas no dia 10 de agosto daquele ano.

Conforme denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), Ricardo fazia entregas de drogas a mando de Carina e Rafael, que controlavam o tráfico na região e eram conhecidos “pela violência e crueldade com aqueles que não quitavam suas dívidas”. Já Flávio atuava como segurança na boca de fumo.

Segundo o órgão, o trio é integrante do PCC (Primeiro Comando da Capital) e a investigação revelou que Ricardo teria recebido a missão de entregar uma determinada quantidade de cocaína, contudo, sumiu com a droga e uma motocicleta que pertencia a Carina e Rafael.

Corpo de Ricardo na cova onde foi enterrado após ser queimado (Foto: Reprodução)
Corpo de Ricardo na cova onde foi enterrado após ser queimado (Foto: Reprodução)

Com isso, no dia do crime, o trio foi até o local e Rafael matou Ricardo com diversas facadas, depois, Carina deu tiros no peito da vítima e assim que ele morreu, decidiram ocultar o cadáver. Flávio então ateou fogo no corpo do rapaz e enterrou. Eles foram denunciados por homicídio qualificado por motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima. Além da ocultação de cadáver.

O julgamento do trio estava marcado para esta quarta-feira, no entanto, Flávio pediu que seu depoimento não fosse acompanhado pelo casal, pois estaria sendo ameaçado por eles para que assumisse o crime.

Diante disso, o defensor público Rodrigo Stochiero afirmou que não poderia defender Flávio e Rafael, por existir conflito entre os dois. O juiz Aluizio Pereira dos Santos então determinou que o julgamento do rapaz seja remarcado e um outro defensor seja nomeado.

Já Carina e Rafael foram condenados pelo Conselho de Sentença por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. A mulher foi sentenciada a 21 anos de prisão e 23 dias-multa, já o homem a 22 anos, quatro meses e dez dias de prisão, além de 25 dias-multa. Ambos em regime fechado.

Funerária fazendo a retirada do corpo de Ricardo do terreno onde foi encontrado (Foto: Marcos Maluf | Arquivo)
Funerária fazendo a retirada do corpo de Ricardo do terreno onde foi encontrado (Foto: Marcos Maluf | Arquivo)

Autoria - No dia em que o corpo de Ricardo foi encontrado, um homem que morava com a vítima, identificado como Luís Ricardo Ferreira dos Santos, de 35 anos, procurou a delegacia e assumiu a autoria do crime. Ele chegou a ser preso e levou os investigadores até o local em que o corpo do amigo estava enterrado. As investigações, no entanto, já apontavam para a participação dos traficantes.

Em depoimento, Luís Ricardo chegou a contar que matou o amigo após uma discussão banal, que começou depois que ele fez um comentário sobre o relacionamento de Ricardo. Mais tarde, confessou que assumiu o crime a mando dos traficantes, todos integrantes do PCC. Carina, Rafael e Flávio foram presos em outubro deste ano, por força de mandados de prisão temporária. Na data, acabaram flagrados com uma pistola, 91 gramas de cocaína, 14 gramas de maconha e R$ 4.211,15 mil em dinheiro, além de 15 munições.

Luís chegou a procurar a polícia e assumir autoria do crime, praticado pelo trio (Foto: Marcos Maluf | Arquivo)
Luís chegou a procurar a polícia e assumir autoria do crime, praticado pelo trio (Foto: Marcos Maluf | Arquivo)

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