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Capital

Caso positivo de covid-19 põe em alerta condomínio com 2 mil moradores

Assintomática, moradora deixou apartamento e faz quarentena em outro lugar

Marta Ferreira | 30/04/2020 12:13
Cartaz na entrada de condomínio próximo ao Parque Sóter informa entrada permitida só com mascaras a prestadores de serviço. (Fotos: Henrique Kawaminami)
Cartaz na entrada de condomínio próximo ao Parque Sóter informa entrada permitida só com mascaras a prestadores de serviço. (Fotos: Henrique Kawaminami)

Os grupos de WhatsApp de moradores das oito torres do Vitalitá Condominium Club, em frente ao Parque Sóter, em Campo Grande, foram alertados na noite desta quarta-feira (29): há um caso positivo de covid-19 entre os habitantes dos 769 apartamentos. Apesar de a moradora ter se mudado para fazer quarentena em outro lugar, a notícia provocou medo e intensificou as preocupações de quem vive no residencial. São cerca de 2 mil pessoas.

No mapa da covid-19 traçado pela prefeitura de Campo Grande (acompanhe aqui) aparecem pontos vermelhos indicando a presença do novo coronavírus na vizinhança. Por isso, a orientação espalhada pelo lugar é de que todo cuidado é pouco, no combate a um surto.

A reportagem esteve no Vitalitá nesta manhã, foi autorizada a entrar brevemente na recepção, sempre com o cuidado de usar máscaras, como é solicitado tanto aos moradores quando a prestadores de serviço, segundo recado afixado na portaria. Percebeu-se que existem alertas visíveis sobre medidas de segurança, que há álcool gel disponível nas áreas comuns e que, em sua maioria, as pessoas estão saindo protegidas. No elevador, a orientação é de uso "individual" ou no máximo por grupos familiares, já em convívio.

Da entrada, é possível ver que a área de lazer, como piscina e quadras de esporte, está fechada. Se depender do síndico, Luiz Fernando Villar, vai continuar assim por pelo menos 20 dias. Ele comenta que a confirmação do caso positivo de covid-19 demostra a necessidade de manter as medidas restritivas de circulação. O assunto está em debate com a prefeitura e existe negociação para afrouxar mais as determinações.

Villar entende que não é hora. Na avaliação dele, a flexibilização nas restrições adotadas pela prefeitura desde março teve impacto direto nos novos casos da doença, incluindo a moradora do residencial, considerada bastante discreta. Ela estava assintomática, lembrou o síndico.

 “Muita gente voltou a trabalhar e teve mais circulação”, pontua. Villar enxerga movimento “quase normal” hoje.

Síndico, Luiz Fernando Villar, defende restrições de circulação por mais tempo.
Síndico, Luiz Fernando Villar, defende restrições de circulação por mais tempo.

Precaução é preciso – O síndico se mostrou tranquilo quanto às providências adotadas e disse ter recebido a equipe por entender que é necessário falar de prevenção ao novo coronavírus o tempo todo, para que as pessoas se protejam.

“A intenção em falar não é de alarmar, mas que isso sirva de exemplo para cuidado e não afrouxar as regras”.

Durante o tempo  no qual o Campo Grande News esteve no Vitallitá, encontrou pouca gente sem máscara. O professor aposentado Nelson Barbosa, 70 anos, estava na entrada do condomínio, na volta da caminhada matial. Admitiu ter ficado esse período sem a proteção no rosto porque incomoda ao andar.

Ele mora com a esposa, de 52 anos, e considera que “todo mundo está tomando as precauções necessárias”. Agora, afirma, “vão redobrar os cuidados, mas sem alarme”..

“Todo mundo está se cuidando”, concorda a servidora pública Renata Carpes, de 35 anos. Ela mora com o marido e o filho de 16 anos e está em regime de teletrabalho. Só sai de casa, diz, para o essencial, para supermercado, por exemplo. Renata se disse preocupada e com receio de há haver outros moradores contaminados.

Na porta do conjunto de apartamentos, a reportagem encontrou um sinal de alerta, uma trabalhadora doméstica sem proteção. A despeito da informação sobre a chegada da doença no local de trabalho, ela rejeitou estar com medo.  “Isso é realidade da vida, que tem de enfrentar”, sentenciou.

Pontos vermelhos no mapa mostram onde há casos confirmados de covid-19 em Campo Grande. Os sinas verdes são suspeitas. Circulado, está o condomínio onde moradora testou positivo, que ainda não está assinalado. (Foto: Reprodução).
Pontos vermelhos no mapa mostram onde há casos confirmados de covid-19 em Campo Grande. Os sinas verdes são suspeitas. Circulado, está o condomínio onde moradora testou positivo, que ainda não está assinalado. (Foto: Reprodução).


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