Chinelo ou sacolinha no pé: chuva é desafio dobrado para quem mora no barro
O dress code é imposto pela necessidade de chegar a compromisso sem sapato encharcado
A chuva forte que vira lamaçal é desafio dobrado nesta terça-feira (dia 7) para quem mora ou trabalha em vias sem asfalto. No Bairro Nova Lima, na saída para Cuiabá, a solução é enfrentar o barro escorregadio de Campo Grande com chinelo ou “sacolinha de mercado” para proteger o calçado. O dress code (código de vestimenta) é imposto pela necessidade de tentar chegar ao compromisso sem sapato encharcado.
Moradora na Rua Helena Baruk, Maria Aparecida da Silva, 40 anos, conta que a chuva começou às 6h30 e em meia hora o lamaçal já estava formado. “Estou indo pegar o ônibus para o postinho, tenho dentista. Já saí de casa de chinelos porque vai molhar mesmo. Se não, fica com o calçado molhado o dia todo”, diz.
Maria relata que, nos dias chuvosos, o marido sai de casa com botas, caminha até uma padaria e aguarda que o patrão busque. “A situação ficou assim porque passou patrola, com promessa de asfalto”, diz a moradora.
De motocicleta, o marceneiro Roberto Valdez, 47 anos, recorre a sacolas plásticas nos pés. “Quando chove aqui, não dá nem para sair de moto, é cheio de buraco. Agora há pouco, eu quase caí. Está assim porque começaram a fazer o asfalto e não terminaram. Se uma mulher passa aqui de salto ou rasteirinha, não anda”.
O encanador Gregório Afonso, 49 anos, trabalha no Nova Lima, mas nesta terça-feira foi dispensado. No caminho de volta para a casa, com bota e capa de chuva, se equilibrava pela rua lamacenta. “Dia de chuva é sempre a mesma coisa, a rua enche de barro”.
