Chuva acima da média encharca o solo e abre temporada de buracos
O acumulado de chuva em novembro atingiu 215,7 milímetros até essa segunda-feira (27) em Campo Grande, segundo informações do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). O volume já ultrapassou a média para o mês, que segundo o órgão é 206 milímetros, encharcando o solo e favorecendo a abertura de buracos no asfalto e deslizamento das margens de córregos.
David Alex Arancibia Suarez, engenheiro civil doutor em infraestrutura de transportes e professor na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), explica que o tempo de manutenção para evitar a proliferação das crateras na cidade já passou, agora o jeito é usar a operação tapa-buraco como solução paliativa.
“Tivemos um tempo de estiagem muito longo, o solo estava seco e o pavimento não recebeu o tratamento adequado. Agora, naquelas macro e micro fissuras, com a incidência das chuvas, começa a penetrar a água”, pontua.
Segundo ele, existem técnicas para fazer a manutenção mesmo nesse período, mas elas sairiam muito caras. “O correto seria fazer um tratamento preventivo do pavimento em maio, junho, julho e setembro. Verificar os tipos de defeitos que tem”, explica.
A terra amolece, reduzindo a consistência da base. “Conforme os veículos passam, esse material encharcado não tem resistência e começam a aparecer as panelas que são problemas na cidade”.
O correto seria trocar o material usado no asfalto ou fazer uma selagem do revestimento. “Agora a situação é complicada, porque a incidência de chuvas é grande. Está chovendo quase três vezes por semana”, pontua.
Esse mesmo problema pode afetar as margens de córregos. “É necessário colocar uma camada vegetal para melhorar o escoamento da água ou algum tipo de revestimento para evitar a saturação do solo, que perde resistência e acaba produzindo desabamentos e escorregamentos de grandes massas de terra”, completa.