Cinco adolescentes são apreendidos e um é preso acusados de matar jovem
A polícia apreendeu cinco adolescentes e prendeu um adulto, envolvidos na morte de Marcos Vinícius de Oliveira, 20 anos, encontrado carbonizado e com perfurações no dia 12 deste mês. Entre os detidos estão adolescentes com idades entre 12 e 16 anos, além de Gabriel Gustavo Barros de Souza, de 21 anos. A polícia agora investiga os incêndios ocorridos nas casas dos acusados, no Bosque Santa Mônica.
Conforme os delegados da 7ª Delegacia de Polícia Civil, Geraldo Marim e Paulo Sá, responsáveis pelo caso, os acusados confessaram a autoria e disseram que agiram juntos. "Eles disseram que há algum tempo eram ofendidos e perseguidos pela vítima, pelo estilo que seguem. E alegaram como motivação a questão do assédio a garota", explicou Marim. A investigação está sendo feito em conjunto com a Deaij(Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude). As apreensões e prisão foram feitas na quarta(12) e sexta-feira(14).
Segundo o delegado, para chegar até todos os envolvidos, a polícia analisou os depoimentos dos apreendidos na quarta-feira. "Eles entraram em contradição por várias vezes, como por exemplo quando eram questionados sobre quem atraiu o jovem, quem arrastou o corpo, quem ateou fogo, com isso acabaram entregando a participação de mais pessoas", disse Geraldo.
Na sexta-feira, um dos autores foi preso em Ponta Porã e outro em Aquidauana. Os seis envolvidos estão presos na Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude) e irão responder por homicídio doloso, quando há intenção de matar.
Ainda segundo a polícia, Marcos Vinícius tinha passagens por roubo, lesão corporal e receptação.
Incêndios criminosos - Entre os adolescentes apreendidos há duas duplas de irmãos. A casa deles e também a de Gabriel foram incendiadas. A primeira destruída pelo fogo foi na madrugada de quinta-feira (13), no Bosque Santa Mônica, a segunda foi sexta-feira (14), na Rua César Augusto Teles, no mesmo bairro, e o terceiro imóvel queimado está localizado na Rua Cezar Augusto Teles, na Vila Popular, em Campo Grande.
Um inquérito foi aberto para investigar os três incêndios, e de acordo com o delegado Paulo Sá, está confirmado que o fogo foi ateado por vingança de parentes e amigos da vítima, mas o que a polícia ainda não pode afirmar é o nome dos envolvidos. "Temos suspeitos e estamos investigando, mas não há como afirmar a identidade dos autores", explicou.
Nas três casas queimadas não havia ninguém. Segundo vizinhos, os moradores teriam saído da residência logo após a morte do jovem, por medo de retaliações.
O caso - O corpo da vítima foi encontrado na entrada da Embrapa, saída para Terenos, em Campo Grande, no começo da tarde da última quarta-feira (12). A mãe de Marcos Vinícius registrou boletim de ocorrência na terça-feira (11) sobre o desaparecimento do filho, na 7º Delegacia de Polícia Civil. A partir daí, uma equipe do SIG (Serviço de Investigações Gerais) da Polícia Civil começou a trabalhar para chegar ao paradeiro dos autores.
Os policiais descobriram que uma menina atraiu a vítima até local, onde outros adolescentes e um jovem os aguardavam para praticar o crime. A garota teria contado para um dos meninos, que é seu namorado, que Marcos teria tentado estuprá-la em certa ocasião. No local do crime então, um dos meninos deu uma gravata na vítima e o outro a esfaqueou. Logo depois, os três arrastaram o corpo até um matagal e posteriormente atearam fogo.
No entanto, conforme a mãe da vítima Orizete de Oliveira, 42 anos, não havia rixa entre o filho dela e os adolescentes, o problema, segundo a mãe, é que os suspeitos "desrespeitavam a Deus e queriam fumar maconha com folhas da bíblia, o meu filho não aceitava isso e sempre brigava com eles", contou.
A mãe conta ainda que não acredita que o motivo da morte seja o que os adolescentes relataram, pois os suspeitos costumavam frequentar a casa dela, mas eram de um estilo diferente do filho. "Eles estavam direto aqui, iam em festas com meu filho, por isso conseguiram atrair ele", disse.
A família chegou a cogitar a possibilidade de os acusados terem atraído Marcos para um ritual satânico, já que costumavam falar nesses assuntos frequentemente, mas a polícia não confirma a informação.