Moradores queimam casa após polícia liberar acusados de matar jovem
Os três adolescentes, um de 14 e dois de 15 anos, apreendidos na tarde de ontem (12), acusados de matar e incendiar Marcos Vinícius de Oliveira, 20, foram soltos na noite desta quinta-feira. A casa dos suspeitos, no Bairro Santa Mônica, foi totalmente destruída por um incêndio, possivelmente, criminoso, por volta da 0h30.
O avô de um dos suspeitos, Jaime Barbosa, 66, contou que a família do adolescente de 14 anos foi embora da casa, porque estava recebendo ameaças. Por volta das 2h da madrugada, os vizinhos acionaram o Corpo de Bombeiros, por conta do incêndio. Pessoas apontaram que um grupo de pessoas ateou fogo na casa.
A casa foi totalmente destruída, sendo que as chamas começaram no quarto, porém o local mais afetado foi a sala. Um aparelho de televisão havia sido furtado, mas depois foi encontrada pela polícia em uma das ruas do bairro. “Foi uma tragédia que dói o coração. Destruíram a minha família”, assegurou.
O neto confessou para Jaime que matou Marcos porque ele “incomodava muito”. O adolescente pertence a tribo dos roqueiros, conforme o avô, então se veste de uma forma diferenciada, usando até esmalte, então a vítima sempre o repreendia.
“De uns tempos para cá, eles começaram a ter uma amizade, mas mesmo assim ele implicava pro conta do estilo diferente. Ele era perseguido”, comentou Jaime.
A delegada Aline Sinnott, da DEIAJ (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude), apontou que os três adolescentes foram liberados porque não houve “deliberação do poder judiciário até inicio da noite” para a transferência para a UNEI, então eles tiveram que ser soltos.
Jaime confessou que a família não voltará para a casa no Bairro Santa Mônica.
Crime - O corpo da vítima foi encontrado carbonizado e com perfurações de faca, na entrada da Embrapa, saída para Terenos, em Campo Grande, no começo da tarde desta quarta-feira (12).
A mãe de Marcos Vinícius registrou um boletim de ocorrência ontem (11) sobre seu desaparecimento, na 7º Delegacia de Polícia Civil. A partir daí, uma equipe do SIG (Serviço de Investigações Gerais) da Polícia Civil começou a trabalhar para chegar ao paradeiro dos autores.
Os policiais descobriram que uma menina teria atraído a vítima até local, onde outros dois adolescentes os aguardavam para praticar o crime. A menor teria contado para um dos meninos, que é seu namorado, que Marcos teria tentado estuprá-la em certa ocasião.
No local do crime então, um dos meninos deu uma gravata na vítima e o outro a esfaqueou. Logo depois, os três arrastaram o corpo até um matagal e posteriormente atearam fogo.