Cinco testemunhas são ouvidas sobre caso de garoto torturado em rituais
Filhas do casal acusado serão ouvidas para saber se ambas sofreram torturas e abusos
Cinco pessoas envolvidas com o caso do menino de quatro anos que foi torturado em rituais de magia negra, estão sendo ouvidas hoje no Fórum de Campo Grande. Outras três pessoas também devem dar depoimento na segunda audiência sobre o crime.
De acordo com o juiz Marcelo Ivo de Oliveira, o processo prevê que três testemunhas de acusação e duas defesa sejam ouvidas hoje. Quem faz a acusação na audiência é o promotor do MPE (Ministério Público Estadual), Celso Botelho.
Outra testemunha, que não foi identificada, será ouvida por carta precatória, quando a pessoa não está na cidade onde os depoimentos estão acontecendo.
As filhas biológicas do casal suspeito de cometer as torturas serão ouvidas na audiência pela acusação de abandono de capaz, incluída ao processo pelo MPE, para saber se elas foram vítimas de torturas e abusos. As meninas serão ouvidas por uma psicóloga em uma sala separada. O juíz acompanhará a conversa por uma câmera.
Marcos Ivan Silva, que representa a “avó” do menino, afirmou que a defesa trouxe outras três testemunhas de defesa, além do que estava previsto no processo. “São vizinhas dela em Aquidauana, e o objetivo é mostrar um pouco da vida dela, que não tem o comportamento como estão acusando e que ela não é culpada”, afirmou.
O advogado de defesa disse ter pedido para que o menino fosse ouvido novamente, para que ele possa elucidar o que aconteceu com mais calma. Ele também pediu que sua cliente, que está presa no presídio feminino da Capital, seja ouvida.
Os réus do caso só serão ouvidos após todas as testemunhas prestarem depoimento. Caso uma falte hoje, não será possível ouvir os acusados.
São testemunhas no caso o delegado da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), Paulo Sérgio Lauretto, Rosimar Lima Chaves, Glauce AgrinoRivalven, CornelioAntonio, Vanderlei Vargas da Cruz e Rosiane Fernandes.
O caso - O menino de 4 anos foi torturado pelos tios, uma mulher de 31 e um homem de 45 anos, e pelo primo de 18 anos em rituais de magia negra em fevereiro deste ano em Campo Grande. Em depoimento a polícia, o jovem contou que a criança era agredida com cabo de vassoura e queimada com charutos e água quente, além de tapas e socos fortes.
De acordo com a polícia, foram verificados ferimentos antigos, como inchaço na região dos testículos e unhas arrancadas. Os nomes dos suspeitos pelas agressões não foram identificados conforme o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) para não identificar a vítima.