Com camiseta de ''Jesus te ama'', Nando se estapeia de novo em júri
No total, a pena de Nando já soma mais de 120 anos prisão
Luiz Alves Martins Filho, o Nando, é julgado pela 12ª vez nesta quarta-feira (6) na 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande. Hoje, o serial killer e Michel Henrique Vilela Vieira, apontado como comparsa, respondem pela morte de Aline Farias da Silva, 22 anos.
Novamente, Nando voltou a negar o crime e apontou como assassino da jovem o ex-namorado, Jeová Ferreira Lima, conhecido como “Vasco”. Durante depoimento, o serial killer, que usava camiseta com versículo bíblico e a frase ''Jesus te ama'', chorou e se estapeou negando que tenha cometido os assassinatos que é acusado. ''Eu já disse pra vocês. Vocês não são surdos", ressaltou.
Ao juiz Aluízio Pereira dos Santos, Nando relatou que sabia onde a jovem estava enterrada porque Vasco havia comentado. ''Ele me mostrou porque tinha confiança em mim", defendeu. O serial killer também voltou a dizer que foi torturado na delegacia para confessar os crimes. ''Eu não matei aquelas pessoas, se fosse matar, mataria quem matou a minha família", disse.
Durante o júri, o réu lembrou que foi torturado várias vezes, ficando com cicatrizes pelo corpo. Ele se levantou e tentou erguer a roupa para mostrar a bolsa de colostomia, mas foi contido no tribunal.
Michel, apontado como comparsa de Nando na execução de Aline, também negou o crime, disse que conhecia o serial killer somente de vista e que foi torturado para confessar o assassinato. ''Era saco plástico na cabeça, pontapés, choque, spray de pimenta. Eu neguei, mas teve uma hora que eu não aguentei mais as torturas", disse.
Ainda segundo Michel, ele prestou dois depoimentos na Deaij (Delegacia de Atendimento à Infância, Juventude e do Idoso), mas quando foi levado para a DEH (Delegacia de Homicídios), teve os depoimentos modificados. ''O que está no papel não saiu da minha boca", defendeu.
O crime - Segundo a polícia, Aline foi morta por ter se negado a fazer um programa, pelo qual já havia recebido. Ela era usuária de drogas, assim como todas as vítimas. Eles viviam na região do Danúbio Azul, onde Nando comandava o tráfico, e eram exploradas sexualmente.
O corpo da jovem foi encontrado no ''cemitério'' do Jardim Veraneio no dia 25 de novembro de 2016. As penas de Nando já somam 120 anos de prisão.