ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, TERÇA  05    CAMPO GRANDE 27º

Capital

Com Exército nas ruas de Brasília, decisão sobre Beira-Mar é adiada

Presídio Federal de Campo Grande é o favorito de cúpula do Ministério da Justiça para receber chefão do tráfico do Rio de Janeiro

Rafael Ribeiro | 25/05/2017 12:10
Fernandinho Beira-Mar durante seu depoimento na tarde de quinta-feira, ainda em Rondônia (Foto: Divulgação Depen)
Fernandinho Beira-Mar durante seu depoimento na tarde de quinta-feira, ainda em Rondônia (Foto: Divulgação Depen)

A Polícia Federal e o Depen (Departamento Penitenciário Nacional) devem realizar até o final da tarde desta quinta-feira (25) a transferência do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, para a carceragem da Superintendência do órgão, em Brasília, para só então definir se ele será ou não transferido para a Penitenciária Federal de Campo Grande, no Jardim Los Angeles, região sul.

O motivo, segundo a reportagem apurou, é que a decisão será tomada em reunião geral entre chefes do Ministério da Justiça e Segurança Pública, ocupados com a série de protestos realizados em Brasília (DF) após o presidente Michel Temer (PMDB) pedir ajuda das Forças Armadas para proteger os prédios da União.

Até a conclusão desta reportagem, Beira-Mar seguia preso no Presídio Federal de Porto Velho (RO), de onde movimentava aproximadamente R$ 9 milhões em patrimônio, incluindo Mato Grosso do Sul, por meio de bilhetes para familiares e advogados, conforme revelou operação desencandeada pela PF.

A cúpula da Depen apontou que o presídio de Campo Grande, onde Beira-Mar ficou preso de 2007 a 2010, seria o mais apropriado abrigar o traficante, já que existe a acusação da PF de que agentes penitenciários de Porto Velho permitiam o repasse dos bilhetes internamente, dentro do próprio presídio.


As imagens do circuito interno de monitoramento da penitenciária mostram que a troca de bilhetes entre Beira-Mar e outros custodiados era feita por meio de papéis amarrados em um objeto amarrado por uma espécie de corda improvisada com fibra de lençóis ou tecido, conhecido entre os presos como ‘teresa’.


Da cela onde estava para o comparsa em cela ao lado, Beira-Mar enviava os recados para a família. O preso, por sua vez, entregava o bilhete à própria esposa, em visitas íntimas.


A mulher repassava os bilhetes a familiares do traficante, que eram digitados e enviados por mensagens e emails a familiares do traficante.


Os bilhetes e materiais apreendidos foram encaminhados pelos Agentes Federais à Justiça Federal e ao Ministério Público Federal (MPF) para as providências necessárias.

Investigações - Jacqueline Alcântara de Moraes, mulher de Beira-Mar, fez provável caminho oposto ao do traficante, foi transferida do Presídio Federal de Campo Grande para Porto Velho, ainda na tarde da última quinta-feira.

Segundo apurou o Campo Grande News, as buscas realizadas em Campo Grande e Três Lagoas não conseguiram localizar dois integrantes da quadrilha dos traficantes, sendo um deles um de seus filhos.

O jornal ‘O Globo’, do Rio de Janeiro, revelou que a função dos comparsas de Beira-Mar no Estado seriam fornecer suporte à mãe presa. O bando sustentaria aqui casas e veículos para seu próprio conforto, além de mover parte das operações financeiras. Ambos têm mandado de prisão em aberto e são considerados foragidos.

Fernandinho Beira-Mar acumula penas que somam quase 320 anos de prisão em crimes como tráfico de drogas, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e homicídios.


Em 2015, o criminoso foi condenado a 120 anos de prisão apontado como responsável liderar uma guerra de facções, em 2002, dentro do presídio de segurança máxima Bangu 1, no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio, quando quatro rivais foram assassinados. Beira-Mar tem 15 condenações ao todo.


Cinco filhos do criminoso foram presos durante a operação da PF, em que foram cumpridos 35 mandados de prisão, 27 de condução coercitiva e 86 de busca e apreensão em cinco estados além de Mato Grosso do Sul. Segundo a investigação, o esquema de troca de bilhetes funcionava há cerca de um ano e meio.

Nos siga no Google Notícias