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Capital

Com falta de remédios e postos lotados, Sesau quer mudar escala de médicos

Mudança está prevista para ocorrer a partir do dia 1° de julho

Izabela Cavalcanti | 23/06/2023 10:52
Lotação no UPA Univesitário em novembro de 2022; foto mostra que problema já é antigo (Foto: Paulo Francis)
Lotação no UPA Univesitário em novembro de 2022; foto mostra que problema já é antigo (Foto: Paulo Francis)

A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) prevê readequar a escala médica das unidades de Saúde de Campo Grande. O remanejamento nos plantões ocorre em meio à falta de medicamentos e postos lotados.

O Campo Grande News teve acesso à informação da mudança. Os plantões diurnos não tiveram alteração.

O texto diz que, a partir do dia 1° de julho, os plantões noturnos terão cinco clínicos de 12 horas e dois de 6 horas, incluindo os finais de semana. Em relação ao atendimento para as crianças, serão quatro pediatras de 12h e dois de 6h no meio de semana e quatro pediatras de 12h e apenas um de 6h nos finais de semana. Os postos não foram informados.

Segundo informações da Sesau, as mudanças têm por objetivo organizar o atendimento nas unidades e, dentro da proporcionalidade, reforçar as escalas em períodos em que há uma demanda maior, assegurando desta forma uma assistência mais adequada à população. “Desta forma, tais alterações, que possuem caráter estritamente administrativo e organizacional, não trará prejuízos no atendimento”, disse em nota.

Ainda de acordo com a secretaria, nos últimos dois anos, mais de 1,4 mil profissionais de saúde foram convocados para reforçar o atendimento das unidades de saúde. Destes, mais de 400 são médicos, incluindo pediatras, entre outros especialistas.

Além disso, a população de Campo Grande ainda vive um dilema sobre o remanejamento dos pediatras dos CRSs (Centros Regionais de Saúde) Tiradentes e Aero Rancho, conforme já noticiado pelo Campo Grande News.

A Sesau já havia se posicionado, alegando que não haverá corte de pediatras. “A proposta é remanejar os profissionais que eventualmente atendiam no Aero Rancho e Tiradentes de madrugada para o dia nas demais unidades. Desta forma, a escala seria reforçada e não reduzida. A população ganharia, pois durante o período diurno a procura é maior. De madrugada, há uma redução de 80% na procura, em comparação com a manhã, tarde e noite”.

No entanto, se seguir como exemplo a escala de plantão desta sexta-feira (23), o Aero Rancho não conta com nenhum pediatra no período noturno e o Tiradentes com três.

Escala de plantão nas Unidades de Pronto Atencimento e Centros Regionais de Saúde, nesta sexta-feira (Foto: Reprodução/Prefeitura de Campo Grande)
Escala de plantão nas Unidades de Pronto Atencimento e Centros Regionais de Saúde, nesta sexta-feira (Foto: Reprodução/Prefeitura de Campo Grande)

Falta de medicamentos e lotação – A falta de remédios e a lotação nas unidades de saúde têm sido um problema crônico em Campo Grande. Até quarta-feira (21), 29 medicamentos estavam indisponíveis em parte das unidades, conforme apurou a reportagem.

Segundo a Sesau, dos 300 medicamentos fornecidos, 75% estão com o estoque normalizado. Da lista de 29 fármacos, a pasta admite que dez podem ter apresentado falta pontual, mas rapidamente regularizada por não ter sido constatada a redução do estoque.

Em relação à lotação, a reclamação chega com frequência. Em um dos acontecimentos mais recentes, pacientes da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Universitário estavam até deitados no canteiro da Avenida Guaicurus, próximo de onde fica localizada a unidade.

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