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Capital

Com infestação de 11% e 89 focos, região central recebe passeata contra dengue

Flávia Lima | 21/12/2015 11:47
Caminhada passou pelas principais ruas do centro da cidade. (Foto:Marcos Ermínio)
Caminhada passou pelas principais ruas do centro da cidade. (Foto:Marcos Ermínio)
O funcionário público Roberto Cáceres teme pela filha Eduarda de apenas um ano e meio. (Foto:Flávia Lima)
O funcionário público Roberto Cáceres teme pela filha Eduarda de apenas um ano e meio. (Foto:Flávia Lima)

Pelo menos mil agentes de saúde e profissionais da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), participaram na manhã desta segunda-feira (21) da caminhada organizada pela Associação Comercial da Capital, que teve o objetivo de alertar a população, especialmente os profissionais que atuam nas lojas, quando a epidemia de dengue na cidade.

De acordo com o secretário municipal de Saúde, Ivandro Fonseca, o índice de infestação na região central é de 11%, conforme levantamento recente. Durante os dias 1 e 16 de dezembro, foram encontrados 89 focos do mosquito nos bairros centrais, um dos maiores índices da Capital, atrás apenas do Jardim Noroeste e Nova Lima, que apesar de terem número menor de focos, a situação é considerada mais crítica devido ao contingente populacional, que é menor do que a região central.

Ele destaca que 33% do número de atendimentos realizados nas unidades básicas de saúde é referente a trabalhadores da indústria e comércio.

O diretor de eventos da Associação Comercial, Moacir Pereira Júnior, diz que a categoria está preocupada, já que vem crescendo o número de atestados médicos de comerciários afastados devido aos sintomas da dengue. Não temos números exatos porque os exames às vezes demoram para acusar a doença, mas muitos lojistas tem relatado o afastamento de funcionários devido a dengue”, ressalta.

Segundo ele, o cenário epidêmico neste final de ano é complicado, já que a falta de funcionários acaba sobrecarregando os demais empregados.

O coordenador da Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais da Sesau, Alcides Ferreira, diz que a preocupação com os focos que possam estar escondidos no interior ou depósitos das lojas levou a Sesau a organizar uma operação, a partir de janeiro, para incentivar os comerciantes a retirarem os entulhos dos estabelecimentos.

”Vamos fazer um mutirão e passar nas lojas recolhendo todo o lixo”, ressalta. Ele diz que a região central também preocupa devido ao número de imóveis fechados, com difícil acesso pelos agentes.

Na semana passada, nos três imóveis visitados pela Sesau na região central após obtenção de liminar da Justiça, os agentes localizaram focos do mosquito Aedes aegypti. Os bairros Cruzeiro e São Francisco são que vem apresentando maior incidência de focos.

O avanço da epidemia já resulta em 9.447 mil notificações desde janeiro. Desse total, 3.819 casos foram confirmados de dengue, cinco do tipo grave e três mortes em decorrência da doença na Capital.

Com relação à chikungunya, são 103 notificações e duas confirmações. Quanto a Zika, os casos notificados somam 205.

Preocupação – O cenário de alerta em relação a dengue, Zika vírus e chikungunya tem preocupado a população, especialmente as pessoas que tem crianças em casa.

É o caso do servidor público Roberto Franco Cáceres. Pai de uma menina de um ano e meio, ele conta que no bairro Paulo Coelho Machado, onde reside, vem ocorrendo mutirões com frequência, no entanto ele acredita que falta conscientização da maioria das pessoas.

“Tem um lugar no bairro que o pessoal começou a jogar todo tipo de entulho. Não adianta eu limpar meu quintal se tem gente com esse tipo de atitude. Me preocupo com minha filha”, diz.

A funcionária do setor administrativo Maria Joana Queiroz, que tem uma recém-nascida de dois meses em casa, também está em alerta. Moradora em Terenos, ela diz que a cidade também enfrenta epidemia, inclusive com o surgimento de vários casos de febre chikungunya.

“Acho importante essas ações na rua para a população ver, mas o importante é manter sua casa limpa e não jogar lixo nos terrenos e quintais. Isso é que ajuda a proliferar o mosquito”, ressalta.

A aposentada Cleide Maria Souza também apoia uma campanha entre os lojistas, já que quando trabalhava no comércio, contraiu dengue. “Minha casa sempre foi limpa e eu acabei ficando doente no meu serviço, por isso a gente não pode esquecer do lugar onde trabalha”, alerta.

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