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Capital

Com opiniões diferentes, comerciantes avaliam "baderna" nos altos da Afonso Pena

Rachas e carros de som alto são principais reclamações entre moradores e alguns comerciantes

Mylena Fraiha e Antonio Bispo | 24/06/2023 17:27
Trânsito durante um sábado de tarde nos altos da Afonso Pena (Foto: Juliano Almeida)
Trânsito durante um sábado de tarde nos altos da Afonso Pena (Foto: Juliano Almeida)

Para quem trabalha nos altos da Avenida Afonso Pena, em Campo Grande, a aglomeração, a ocorrência de rachas, som em volume acima do permitido e outras formas de “baderna”, se tornaram um assunto polêmico, que gerou opiniões divergentes entre comerciantes e moradores da região.

Recentemente, um acórdão do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) determinou que o município, por meio da Prefeitura de Campo Grande, e o Estado, por meio do Governo de Mato Grosso do Sul, tomem medidas para garantir a segurança e a organização do trânsito na região.

A decisão atende pedido da Associação de Moradores dos Altos da Avenida Afonso Pena, que em 1º grau não havia sido inteiramente acolhido, já que a 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos da Capital entendeu que a Justiça não poderia interferir no campo de atuação do Executivo.

Para entender a situação, a reportagem do Campo Grande News conversou com alguns comerciantes e trabalhadores da região. Um frentista que trabalha próximo ao Parque das Nações Indígenas, mas que não quis se identificar, mencionou que a “baderna” e o barulho de carros é mais intenso aos finais de semana. “Isso ocorre mais aos finais de semana. Por volta das 20h, já começam a tirar racha. Sempre aparece um pessoal com Camaro, testando a potência”, comenta.

Outro prestador de serviço, que não quis se identificar, reforçou que os problemas com “rachas” nos altos da Afonso Pena são recorrentes.“Afonso Pena sempre teve esses problemas. No passado, meu cunhado e minha irmã sofreram um acidente, porque tinha gente correndo por aqui”. Além disso, o prestador de serviço ressaltou que o som alto também é um problema. “Hoje tem o problema do som alto também, acho que isso é pior para quem mora aqui perto”.

O vídeo abaixo foi gravado no último fim de semana e captou o barulho que perturba moradores e oferece risco no trânsito.

"Faz parte" - Para um vendedor de água de coco, com quiosque em frente ao Parque das Nações Indígenas, a movimentação costuma ocorrer nos domingos. Entretanto, ele afirmou que, para os comerciantes, a situação não atrapalha as vendas. “Para nós, comerciantes, não atrapalha. Desde quando acontecia o piseiro era por aqui, por que eu não deixava fazer não, colocava para sair”.

Apesar de uma das principais reclamações dos moradores, o vendedor acredita que a recorrência de som alto é natural, já que a região virou ponto de lazer durante os finais de semana. "Esses dias veio uma mulher que mora aqui perto e disse: 'Lá pelas 3h da manhã eu chamei a polícia para acabar com a bagunça'. Só que eu falei para ela que se não quer baderna, melhor mudar para um Alphaville. Agora ela queria morar na Afonso Pena e não ter barulho?"

Multa - Governo e Prefeitura terão 30 dias a partir da decisão definitiva, com fim de recursos, para adotar as medidas, sob pena de multa diária de R$ 5 mil, limitada ao pagamento de 90 dias. A penalidade poderá ser renovada, no entanto.

As duas partes ainda poderão recorrer. Procuradas pelo Campo Grande News para se manifestarem, não enviaram retorno até a publicação da matéria. O espaço segue aberto para futuros esclarecimentos.

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