Com polícia desinformada, rede social é alternativa para vítimas de ladrões
Casos de furtos de carros e motos em Campo Grande se tornam cada vez mais comum, sendo a a maioria das vítimas trabalhadores que têm seus meios de condução e até mesmo de trabalho levados. Apesar da incidência ser recorrente, a polícia não sabe determinar sequer quantos casos acontecem na cidade diariamente, cabendo aos donos a buscar alternativas na esperança de recuperar o bem.
Uma das últimas vítimas foi o moto entregador Marcelo Lemos Tanaka, 31 anos. Ele teve sua moto furtada no cruzamento das ruas 14 de Julho e 15 de Novembro, no centro de Campo Grande, na manhã desta quinta-feira (9).
Tanaka está prestes a ser pai. Com a namorada grávida, ele entrou em um curso de barbeiro para buscar fonte melhor de renda à futura família.
Foi justamente enquanto estava 'na correria' com o curso que os ladrões agiram. Por volta das 11h30, Marcelo estacionou sua Honda Fan 125 preta no cruzamento das ruas para ir até uma loja comprar materiais para as aulas, pagar contas e em seguida foi almoçar.
Ao retornar, por volta das 12h50, não encontrou mais o meio de trabalho no local. “Na hora não tive reação, andei ao redor e ninguém viu, porque é movimentado e sempre é correria”, contou.
O caso de Marcelo se soma em meio a diversos que ocorrem na Capital. Porém, estatística não é o forto da Polícia Civil, apesar de, em tese, haver uma delegacia especializada em combater este tipo de crime.
A reportagem do Campo Grande News entrou em contato com o delegado da Defurv (Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos), Gustavo Adolpho Bianchi Ferraris, que afirmou não ter o número dos casos que ocorrem em Campo Grande.
O desconhecimento também parte da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul). O órgão informa que não é feito um levantamento diário na cidade, apenas coleta mensal.
Mas, para o fechamento deste texto, a Sejusp pediu prazo e alegou que só poderia dar os números no período da manhã de sexta-feira (10).
Com a gravidez de cinco meses da namorada, que trabalhava como freelancer e agora está desempregada por conta da gravidez, o moto entregador busca mudar de profissão para ter mais segurança quando o filho nascer. “Faço o curso há um mês, é rápido. A profissão de entrega paga bem, mas é arriscada, porque tem o trânsito, que é perigoso. Com minha namorada grávida, quando o bebê nascer não quero estar nela por eles”, explicou.
Essa é a segunda vez em menos de três anos que o moto entregador é furtado. O primeiro crime ocorreu em frente a sua casa, no conjunto Ramez Tebet, região sul de Campo Grande.
Além do sentimento de insegurança, para ele fica o de impunidade. “É maior do que qualquer coisa, porque é a impunidade que acaba acarretando isso, não é a falta de policiamento. Eu acho que o pessoal não tem mais medo de nada, eles sabem que vão fazer e não vão ser presos, se forem ficam pouco tempo”.
Tanaka até foi a uma delegacia registrar o caso, mas a esperança agora é de encontrar a moto por meio dos amigos e das redes sociais, onde fez postagens explicando a situação e pedindo ajuda. O furto aconteceu durante a folga de Marcelo, mas amanhã o expediente será normal.
“Vou fazer o boletim de ocorrência. Passei para amigos da polícia para ficarem atentos se encontrarem algo, além de postagens nas redes sociais. O expediente amanhã é normal. Vou pedir emprestada para amigos, se não conseguir vou ter que comprar uma nova, é minha ferramenta de trabalho”, finalizou.
Quem tiver informações sobre a moto Honda Fan 125 cor Preta, placa HSV 0543, pode entrar em contato com Marcelo pelo telefone (67) 99222-1212.