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Capital

Com preço de aplicativo nas alturas, clientes buscam mototáxi para pagar menos

Na hora da emergência, quem pegaria ônibus chamou carro de aplicativo, mas na volta procurou mototáxi

Caroline Maldonado, Cleber Gellio e Bruna Marques | 21/06/2022 11:15
Mototaxista em corrida no Centro de Campo Grande (Foto: Marcos Maluf)
Mototaxista em corrida no Centro de Campo Grande (Foto: Marcos Maluf)

Com a greve de motoristas de ônibus, os preços de corridas por aplicativo triplicaram em Campo Grande e o "efeito dominó" chegou aos mototaxistas. Teve gente quem saiu de casa com carro de aplicativo, mas na volta já preferiu o mototáxi em função do preço. Já os taxistas não viram diferença no movimento.

A greve pegou a todos de surpresa, pois o sindicato da categoria não havia anunciado. Funcionário de frigorífico no distrito Indubrasil, Nicolas Pedro Amarilha, de 22 anos, teve que sair de casa em carro de aplicativo para ir ao Centro, onde faz aulas em autoescola.

Do bairro Bosque Santa Mônica até a região central foram 11 quilômetros. Nicolas pagou R$ 34,90 pela corrida, mais caro que o comum. Depois da aula, ele decidiu ir ao trabalho no Indubrasil de mototáxi.

“Fico indignado porque a gente trabalha, levanta cedo, precisa do transporte público e acaba tendo que passar por esse transtorno. Minha irmã se levanta às 4h para ir trabalhar”, comentou.

Funcionário de frigorífico no distrito Indubrasil, Nicolas Pedro Amarilha, de 22 anos, foi de mototáxi ao trabalho (Foto: Marcos Maluf)
Funcionário de frigorífico no distrito Indubrasil, Nicolas Pedro Amarilha, de 22 anos, foi de mototáxi ao trabalho (Foto: Marcos Maluf)

Do Centro ao Indubrasil, os 17 quilômetros sairiam por cerca de R$ 25, na estimativa do mototaxista, Valdecir Faria Rocha, de 58 anos. Antes de fazer a corrida ele contou que agora o movimento está normal, porque o pico foi no início da manhã, quando a maioria das pessoas ficou sem ônibus para chegar aos locais de trabalho.

“Meus colegas que chegaram mais cedo aqui no ponto pegaram esse movimento maior. Agora, está estabilizado”, disse.

Mototaxista, Valdecir Faria Rocha, de 58 anos, no Centro da Capital (Foto: Marcos Maluf)
Mototaxista, Valdecir Faria Rocha, de 58 anos, no Centro da Capital (Foto: Marcos Maluf)

Táxi - No ponto de táxi, os motoristas não percebem diferença no movimento, porque em geral quem vai de ônibus para o Centro, volta de táxi após as compras, segundo o taxista Adeir de Souza, de 59 anos.

Em ponto na avenida Afonso Pena com a rua 14 de Julho, Adeir conta que nem estava sabendo da greve e chegou às 8h para trabalhar. “Os clientes que usam ônibus nos buscam geralmente no fim da manhã, depois de fazer as compras porque estão com muitas sacolas. Eles chegam de ônibus e voltam de táxi. Agora, como não tem ônibus vamos ver como vai ser, porque as pessoas não estão conseguindo sair dos bairros”, disse.

"Não mudou nada", resume o taxista Paulo Celso, de 58 anos. "No Centro não muda, porque o pessoal prefere aplicativo. Considero que o dinheiro está difícil, aí eles preferem aplicativo. Hoje eu só fiz uma corrida e nem foi por conta da falta de ônibus. Talvez melhorou muito para quem tem ponto de bairro e vem para o Centro. Talvez a tarde, melhore um pouco com o pessoal querendo voltar pra casa", avaliou.

Taxista Adeir de Souza, de 59 anos, no Centro de Campo Grande (Foto: Marcos Maluf)
Taxista Adeir de Souza, de 59 anos, no Centro de Campo Grande (Foto: Marcos Maluf)

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