Com Prefeitura perdida entre buracos, população pede planejamento
A população campo-grandense tem questionado o planejamento da operação tapa-buraco que, apesar de contemplar todas as regiões da cidade, está avançando mais em vias afastadas, enquanto ruas centrais ainda não entraram no cronograma. Além disso, em alguns locais novas crateras se misturam a remendos recentes e, em outros, o serviço não é contínuo.
No cruzamento da Avenida Afonso Pena com a Rua 14 de Julho, por exemplo, duas fendas no asfalto atrapalham o trânsito. O local é um dos mais movimentados da cidade, corredor do transporte coletivo, mas ainda não tem previsão de reparo.
Enquanto isso, segundo os três últimos cronogramas divulgados pela assessoria do município, vias vizinhas já foram consertadas, como 13 de Maio e Rui Barbosa. Nesta quarta-feira (20), equipes estão trabalhando na Padre João Crippa e Ernesto Geisel, ao invés de prosseguirem no quadrante central.
“É falta de atenção. Teria que ter mais planejamento, eu acho”, diz a auxiliar de laboratório Shirley Aparecida de Ângelo, 51 anos. Ela afirma ser usuária do transporte coletivo e garante que as ruas por onde seguem os ônibus estão totalmente esburacadas, dando solavancos ao passar nas crateras.
Para o motorista Lucimar José da Silva, 38 anos, falta prioridade. “Eles deveriam ter começado pelas ruas de maior movimento. Tem muitos buracos na cidade toda, eles não estão dando conta”, afirma.
Na Avenida Três Barras, a operação começou há cerca de dois dias na altura dos bairros Rita Vieira e Cristo Redentor.
Hoje, os trabalhadores voltaram a dar atenção à via, porém do lado oposto, a partir do cruzamento com a Eduardo Elias Zahran, onde deixaram para trás uma cratera na alça de acesso na pista sentido Ceará-Costa e Silva. No local, quem vai fazer a conversão a esquerda para entrar na Três Barras não tem como desviar da cratera, reduzindo a velocidade e atrapalhando o trânsito.
Na Rua Bahia, o empresário Evandro Lopes, 29 anos, garante que as equipes deixaram buracos sem conserto. “Acho que está faltando planejamento. A empresa não está analisando a região que eles estão dando prioridade. Não adianta tampar uns e deixar outros”, opina.
Outra via complicada é a Ministro João Arinos. As equipes demoraram vários dias para concluir o serviço no local, grande parte dos contratempos ocorreram em razão da chuva. Porém, chama a atenção um remendo feito pelos trabalhadores no cruzamento com a Rua Antônio Augusto Mira, na entrada de uma transportadora, enquanto a poucos metros existe um buraco atrapalhando o trânsito.
Já o funcionário público João Barbosa, 48 anos, tem uma opinião mais centrada sobre o assunto. Para ele, a situação de caos urbano em que a cidade está é reflexo da crise política, sendo compreensível que, diante de tantos buracos, o município se perca no conserto. “Eles estão fazendo, mas é muito buraco para dar conta”.
A assessoria de imprensa do município informou que as prioridades na operação tapa-buraco são as ruas por onde passam as linhas de ônibus e as vias de maior movimento.
Nesta quarta o serviço deve passar pelas avenidas Marquês de Pombal, Três Barras, Costa e Silva, Gunter Hans, Gury Marques, Ernesto Geisel, Tamandaré e América; e pelas ruas Trindade, Clineu da Costa Moraes, Manoel Joaquim de Moraes, Joana D’Arc, Mestre Estanislau Panatier e Paulo Coelho Machado.