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Capital

Com prisão decretada por tentar enganar a PF, Amorim segue foragido

Aline dos Santos e Mara Riveiros | 08/07/2016 08:55
João Amorim (camiseta verde) segue foragido. (Foto: Arquivo)
João Amorim (camiseta verde) segue foragido. (Foto: Arquivo)

Foragido desde ontem, quando foi deflagrada a terceira fase da operação Lama Asfáltica, o empresário João Amorim ainda não se apresentou à PF (Polícia Federal) de Campo Grande. Na quinta-feira (dia 7), o delegado regional de Combate ao Crime Organizado, Cléo Mazzotti, informou que havia negociação para que o empresário de entregasse.

Dono da Proteco Construções e apontado como um dos líderes do esquema para fraudar obras públicas, Amorim estava fora do Estado. Apesar da expectativa de apresentação voluntária, o delegado afirmou que a PF em todo Brasil  foi informada do mandado de prisão preventiva em aberto.

Na terceira fase da operação, batizada de Aviões de Lama, foram presos Edson Giroto (ex-secretário estadual de Obras e ex-deputado federal) e o cunhado Flávio Henrique Garcia Scrocchio (empresário apontado como “testa de ferro” de Giroto).

O ex-secretário foi preso em casa, no residencial de luxo Damha, em Campo Grande. Já Flávio foi apresentado na superintendência da PF pela defesa. Ontem, o advogado Valeriano Fontoura informou que vai verificar se há irregularidade entre a nova prisão em relação a um habeas corpus do STF (Supremo Tribunal Federal), que colocou Giroto e o cunhado em liberdade no último dia 22 de junho.

Aviões – Na nova etapa da investigação, foi apontada dilapidação de patrimônio. Ou seja, avião, que segundo a polícia foi obtido com recurso irregular, no valor de quase R$ 2 milhões, acabou vendido. O avião Cheyenne pertencia à empresa ASE Participações, que tem Amorim como sócio. Inicialmente, o mandado de busca e apreensão foi endereçado para Cuiabá (MT), mas acabou cumprido em Maringá (PR).

A transação envolveu uma aeronave de R$ 350 mil e quatro cheques, que totalizam R$ 550 mil: uma lâmina de R$ 250 mil e outras três com montante de R$ 100 mil. O restante do valor ainda seria pago.

Conforme a PF, o recurso de reintroduzir dinheiro, que teria origem ilegal, no mercado formal é uma estratégia de lavagem de dinheiro. O fracionamento do patrimônio dificulta o rastreamento do dinheiro.

Apontada como engrenagem em mecanismo de lavagem de dinheiro, a ASE Participações foi constituída em 2 de maio de 2013, com capital social de R$ 1 milhão. No primeiro ano, o lucro foi de R$ 20 milhões. Contudo, segundo a investigação, ela não dispunha, junto com a Proteco Construções Ltda, de maquinário suficiente para atender os contratos de locação com 22 empresas.

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