Polícia Federal espera vaga em presídio para transferir Giroto e cunhado
‘Não existem fatos novos’, diz advogado sobre prisão de ex-secretário de Obras do Estado
O ex-deputado federal e ex-secretário de Estado de Obras, Edson Giroto, e o cunhado dele, Flávio Henrique Garcia Scrocchio, continuam na sede na Polícia Federal em Campo Grande. Eles devem ser transferidos ainda nesta tarde para o Centro de Triagem ou para uma delegacia caso a unidade do Complexo Penal da Capital não tenha vagas.
Há pouco, Valeriano Fontoura, o advogado de Giroto e de Scrocchio, chegou à PF para ter acesso ao inquérito da terceira fase da Operação Lama Asfáltica, nomeada de Aviões da Lama. Ele disse que ficou surpreso com a prisão dos clientes e alega que, até onde tem informações, “não há fatos novos” na investigação que justifique uma nova prisão.
Giroto já foi alvo das duas primeiras fases e teve a prisão preventiva decretada nas ocasiões. Esta manhã, ele foi preso no Residencial Damha, e Flavio foi apresentado pelo advogado à polícia. “Ainda aguardo o acesso ao inquérito para tomar as providências judiciais. Mas, pelas informações que tive acesso, apenas pela imprensa até agora, não há nada de novo”, disse Valeriano se referindo ao que já havia sido apurado na segunda fase da operação, chamada de Fazendas da Lama.
O ex-secretário ganhou a liberdade no dia 21 de junho, após 42 dias preso no Centro de Triagem da Capital, junto com o empresário João Alberto Krampe Amorim dos Santos, dono da Proteco, e também alvo dos inquéritos.
Edson está em liberdade por força de um habeas corpus concedido pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Sobre isto, o advogado disse que vai analisar se há alguma incompatibilidade entre a decisão que resultou na nova prisão e a ordem de soltura.
João Amorim também teve a prisão decretada novamente, mas não foi encontrado pela manhã e foi considerado foragido pela PF. Contudo, a defesa dele informou que o empresário vai se apresentar ainda na tarde desta quinta-feira (7).
Operação - A Lama Asfáltica está em sua terceira fase de investigação, desde que foi deflagrada em julho do ano passado. As últimas ações, em maio, tiveram como foco a lavagem de dinheiro, que acontecia por meio de uma rede de “laranjas”. O recurso desviado era utilizando para compra de fazendas, que totalizam 67 mil hectares espalhados por Mato Grosso do Sul, aponta a investigação.
Na ocasião, cinco pessoas foram presas, dentre elas Giroto, o cunhado e Amorim, mas todas já estavam soltas.