Aeronave vendida por R$ 2 milhões está ligada a cunhado de Giroto
Polícia Federal deflagra terceira fase da investigação
Apreendido nesta quinta-feira (7) pela PF (Polícia Federal), a terceira aeronave relacionada ao grupo apontado de fraudar obras públicas está ligada a Flávio Henrique Garcia Scrocchio, cunhado do ex-secretário estadual de Obras e ex-deputado federal, Edson Giroto, e apontado como “testa de ferro”. O avião, de R$ 2 milhões, foi apreendido no Aeroporto Santa Maria, na saída para Três Lagoas, em Campo Grande.
Desde julho de 2015, quando foi deflagrada a primeira fase da operação Lama Asfáltica, dois aviões foram “bloqueados”: uma aeronave, prefixo PP-CMV, modelo Piper PA-31T Cheyenne e o Phenom-100, prefixo PP-JJB, que ganhou projeção por ser elo entre empresários e políticos, além de um apelido peculiar entre os usuários: “cheia de charme”.
Com prefixo PT-TSM, a terceira aeronave tem Flávio como operador. A informação está disponível no site da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), que ainda informa que foi comunicada a venda. O aviação foi apreendido em Campo Grande.
De acordo com a PF, o grupo se desfazia de bens para ocultar a origem do dinheiro. “No caso, trata-se da alienação de aeronave no valor de R$ 2 milhões, revelando que o grupo optou por se desfazer do patrimônio para realizar a divisão do produto da venda em valores menores”, informa a polícia. A terceira fase da operação foi batizada de Aviões de Lama.
O nome da operação é em razão do modo de se desfazer da aeronave. Conforme a investigação, o grupo utilizou recursos públicos desviados de contratos de obras, fraudes em licitações, recebimento de propinas e crimes de lavagem de dinheiro. Nesta terceira fase, cerca de 20 policiais cumprem 3 mandados de prisão preventiva e 2 mandados de busca e apreensão de aeronaves nos municípios de Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Rondonópolis (MT) e Tanabi (SP). As ordens foram expedidas pela 3ª Vara Federal de Campo Grande.
Operações - A Lama Asfáltica está em sua terceira fase de investigação, desde que foi deflagrada em julho do ano passado. As últimas ações, feitas na Fazendas de Lama, em maio, tiveram como foco a lavagem de dinheiro, que acontecia por meio de uma rede de "laranjas". O recurso desviado era utilizando para compra de fazendas, que totalizam 67 mil hectares espalhados por Mato Grosso do Sul, aponta a investigação.
Na ocasião, cinco pessoas foram presas, mas já foram soltas, e também foram expedidos vários mandatos de busca e apreensão. Foram presos ex-secretário estadual de Obras, Edson Giroto, os empresários João Amorim e Flávio Henrique Scrocchio e Wilson Roberto Mariano de Oliveira, servidor da Agesul.
Ainda não foram divulgados detalhes da nova operação, o que será feito em uma coletiva de imprensa, às 10 horas, na sede da Polícia Federal, na Capital.