Com suspensão da Proteco, 100 devem ser demitidos da obra do Aquário
Com a suspensão da Proteco Construções, que deixou o canteiro de obras do Aquário do Pantanal, até cem trabalhadores devem ser demitidos. Do total, 35 estão em alojamento pago pela empresa, sendo a maioria do Sergipe e dois haitianos.
Parados, os trabalhadores aguardam pagamento das verbas rescisórias e a empresa alega ao Sintracom (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Campo Grande) que até o sistema da folha de pessoal foi recolhido na apreensão pela PF (Polícia Federal), que realizou em 9 de julho a operação Lama Asfáltica.
De acordo com o vice-presidente do sindicato, Marcos Cezar Ribeiro Gonçalves, foram pagos oito trabalhadores que estavam em contrato de experiência. “Mas eles continuam por aqui porque tem que fornecer a passagem de volta para a cidade de origem. Quanto aos demais, o combinado é pagamento do salário até o quinto dia útil”, afirma.
Os funcionários não receberam o vale no dia 20. Caso a negociação não avance nesta semana, o Sintracom vai acionar o MPT (Ministério Público do Trabalho). “Estamos aguardando posicionamento da empresa, de forma amigável”, diz Marcos Cezar.
Vindos do Nordeste, a maioria dos trabalhadores ocupa cargos de pedreiros e auxiliares, que realizam o serviço pesado na obra.
Em 22 de julho, o MPF (Ministério Público Federal) recomendou que o governo suspendesse contratos com a Proteco, empresa investigada na Lama Asfáltica. No Aquário, são dois contratos. Um de R$ 123 milhões pela subempreita da obra, cuja licitação foi vencida pela Egelte Engenharia. E outro de R$ 2 milhões, firmado diretamente com a Proteco, para estacionamento e vias de acesso ao local.
Como fica – De acordo com a assessoria de imprensa da Seinfra (Secretaria Estadual de Infraestrutura), a Egelte foi notificada sobre a suspensão da Proteco. Na última segunda-feira, o titular da Seinfra, Ednei Marcelo Miglioli, disse que aguarda que a empresa vencedora da licitação rompa com a Proteco e ressuma a obra.
O Campo Grande News procurou a Egelte e a empresa informou não ter posição sobre a obra e que entraria em contato com a reportagem posteriormente. Na página na internet, há uma nota de esclarecimento informando que até 23 de julho a Egelte não tinha recebido comunicado por parte da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos).
A obra está parada desde o último dia 24. Somente a empresa Fluídra mantém trabalhadores no local. A empresa é responsável pela execução de serviços técnicos especializados para fins de confecção do sistema de suporte à vida, filtragem, automação, iluminação e construção cenográfica.