Começa audiência de políticos envolvidos em exploração sexual
O ex-vereador Alceu Bueno chegou, há pouco, para a primeira audiência sobre a exploração sexual de adolescentes no Fórum de Campo Grande. Ele, o advogado Robson Martins, o ex-deputado estadual Sérgio Assis, o empresário Luciano Pageu e Fabiano Viana Otero devem ser ouvidos na primeira audiência sobre o caso na 5ª Vara Criminal, presidida pelo juiz Marcelo Ivo de Oliveira.
Bueno, que renunciou ao mandato de vereador após a denúncia, não falou com a imprensa ao chegar para a audiência. Além de réu, ele também teria sido vítima do grupo, que o extorquiu para não revelar o envolvimento com adolescentes.
O promotor do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), Marcos Alex Vera, também vai acompanhar a audiência. Ele chegou a integrar o grupo especial para investigar suposta delação premiada de Otero, que se comprometeu em revelar provas contra mais 10 políticos envolvidos no escândalo.
Fabiano e Luciano são os únicos réus no caso que estão presos. Robson Martins pediu liberdade porque é advogado e não há cela especial no comando da Polícia Militar nem no CMO (Comando Militar do Oeste).
Robson e Pageu foram preso em flagrante pela equipe da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) depois de Alceu Bueno denunciar extorsão. No dia 16 de abril, após conversarem na praça de alimentação do hipermercado Walmart, os três rumaram para o estacionamento. No carro de Alceu, Luciano pegou envelope com R$ 15 mil, distribuídos em 300 cédulas de R$ 50.
O enredo da “cobrança” era denúncia de sexo com adolescentes de 15 anos e pagamento de R$ 100 mil. Conforme inquérito policial anexado ao processo, Fabiano Viana Otero, preso no dia 26 de abril, teria induzido duas adolescentes a saírem com diversas pessoas, incluindo o vereador. O detalhe era de que uma micro-câmera deveria ser levada nos encontros.
Alceu Bueno disse já ter pago R$ 100 mil a dupla e o motivo foi de que uma cafetina teria vídeos de Alceu mantendo relações sexuais com as menores de idade. Porém, o vereador desconfiava que a cafetina fosse fictícia, ou seja, de que a chantagem era orquestrada por Robson e Luciano.