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Capital

Comerciantes sentem no bolso os reflexos da reforma de calçadas na Rui Barbosa

Expectativa é de que as interdições no local durem até o fim deste ano

Jhefferson Gamarra e Cleber Gellio | 28/10/2021 14:47
Aviso de interdição e risco de queda na calçada da Rua Rui Barbosa. (Foto: Paulo Francis)
Aviso de interdição e risco de queda na calçada da Rua Rui Barbosa. (Foto: Paulo Francis)

A 2ª fase do programa Reviva Campo Grande, que teve inicio em no mês de maio, na região central de Campo Grande, seguem a todo vapor. As calçadas na Rui Barbosa na altura da Rua Barão de Melgaço e Avenida Afonso Pena estão em processo de reforma total. No local, um lado das calçadas e duas faixas de transito estão interditados.

O projeto prevê calçadas padronizadas, recapeamento do asfalto, bancos públicos, sistema de lixo, câmeras de segurança, conexão wi-fi gratuita, iluminação com lâmpadas de LED e semáforos inteligentes. Além disso, está planejada a arborização do local, bem como a redução de danos causados pela ação de chuva, por meio de novos meios-fios, sarjetas e bocas de lobo adicionais.

Apesar de toda a benfeitoria prevista, que será um atrativo para a população frequentar a região, muitos comerciantes estão amargando prejuízos com as interdições no período das obras.

Empresária que aluga roupas para festas lamenta os prejuízos causados pela pandemia e interdição da calçada. (Foto: Paulo Francis)
Empresária que aluga roupas para festas lamenta os prejuízos causados pela pandemia e interdição da calçada. (Foto: Paulo Francis)

Há 14 anos no local, a comerciante, Luzinete da Silva, 52, que possui uma loja de locação de roupas para festas, que sofreu com a paralisação do setor devido à pandemia e agora está se desdobrando para tocar o comércio mesmo com as obras e sem funcionária, depois que demitiu a única colaboradora que empregava. "Infelizmente, tive que demitir porque eu não estava mais conseguindo arcar com os compromissos, inclusive, paguei em algumas parcelas os direitos trabalhistas dela. A esperança é de que essa obra termine antes das festas", lamenta.

A vendedora Yasmim Vasconcelos Pinheiro, 20 anos, depende dos rendimentos da comissão para complementar o salário e, por isso, conta com o fluxo de pessoas passando no local. Com as obras e o público minguado, ela virou uma espécie de “serviços gerais” e passa a maior parte do tempo limpando o ambiente de trabalho. "Está bem complicado, porque se a gente não vende, não ganha comissão. Nem a divulgação com os panfletos estamos fazendo, pois não passa ninguém" diz a funcionária.

Há 3 anos no local, os proprietários de uma loja do setor de vestuário, Samia Yassin, 41, e Nasser Muhieddine, 41, estão desanimados com as baixas nas vendas por causa da obstrução parcial da via e, principalmente, a interrupção do transporte público. "Nosso movimento caiu cerca de 80% e não temos uma perspectiva futura, ainda mais porque o transporte público foi suspenso e dependemos da movimentação de pessoas que descem do ônibus para que vejam nossos produtos".

Única funcionária da loja, Francisca Maria de Oliveira, 52 anos, teme ficar desempregada por conta do baixo movimento. (Foto: Paulo Francis)
Única funcionária da loja, Francisca Maria de Oliveira, 52 anos, teme ficar desempregada por conta do baixo movimento. (Foto: Paulo Francis)

Ainda mais preocupada, Francisca Maria de Oliveira, 52 anos, a única funcionária que restou das três que havia desde a abertura da loja, conta com o término das obras para manter o emprego. "Espero que tudo volte ao normal logo para que eu possa ficar, afinal já estou com uma idade em que o mercado de trabalho não absorve tão fácil”.

A engenheira responsável pela execução da obra, Rosangela de Oliveira Nunes, explica que não há uma estimativa de término para cada trecho. Mas que o contrato prevê a execução de todos os serviços no período de 15 meses.

“As liberações são feitas conforme o avançar das obras, o trecho atual está na fase de demolição, depois entramos com a infraestrutura de T.I e por fim o calçamento. A primeira parte já foi concluída, até o final deste ano os serviços não vão estar 100% entregues, mas os acessos vão estar liberados”, confirma a responsável pelas obras.

No trecho da rua entre a Avenida Fernando Corrêa da Costa e a 26 de Agosto, o serviço está mais avançado e não há mais interdições para pedestres ou veículos.

O empresário Ronald Barbosa Dias, 43, que possui uma loja de suplemento na parte que foi liberada confirma os perrengues que enfrentou para não precisar fechar de vez as portas, “Ficamos 3 semanas completamente fechado e agora, nos últimos, foi liberado totalmente, dá pra perceber que o voltou aos poucos com mais pessoas transitando. A logística de obras foi mal planejada, o cliente até sabe que esse trecho está liberado, mas, o restante ainda é um transtorno, as pessoas não querem se deslocar”, opina o comerciante.

No total, serão 21 quilômetros revitalizados, envolvendo o quadrilátero que vai da Avenida Fernando Corrêa da Costa até a Avenida Mato Grosso, e da Avenida Calógeras até a Rua José Antônio, com algumas extensões, como a Dom Aquino, Marechal Rondon e Barão do Rio Branco, até a antiga rodoviária.

Comunicado sobre a mudança em um ponto de ônibus que costumava "lotar" de pessoas. (Foto: Cleber Gellio)
Comunicado sobre a mudança em um ponto de ônibus que costumava "lotar" de pessoas. (Foto: Cleber Gellio)


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