Consórcio e prefeitura vão acionar Justiça para paralisar greve de motoristas
Funcionários do transporte coletivo anunciaram paralisação dos serviços de surpresa nesta terça
Funcionários do transporte coletivo anunciaram a paralisação dos serviços de surpresa nesta terça-feira (21). Além da população em geral, o Consórcio Guaicurus também não foi avisado sobre a greve e agora pretende acionar a justiça.
"Tava em casa tranquilo, quando me avisaram achei que seria só um alerta, não uma paralisação geral. Essa greve não pode ser assim, do jeito que estão fazendo. Tem que comunicar 48h antes, fazer uma assembleia, comunicar a população e os órgãos públicos. Vamos entrar com medida judicial e estamos correndo atrás para conseguir fazer o pagamento dos funcionários", disse Robson Luis Strengari, diretor-executivo do Consórcio Guaicurus.
Robson explicou ainda que o pagamento do vale, referente a 40% do salários dos trabalhadores, deveria ter sido realizado nesta segunda-feira, mas o consórcio não tem condições financeiras. A falta do pagamento foi o que motivou a paralisação.
"Estamos correndo atrás para conseguir fazer o pagamento, temos tentando dinheiro com os bancos. Estamos sem limite, mas vamos tentar novamente e acionar de novo a prefeitura. Só de óleo diesel estamos pagando um milhão e setecentos mil reais por mês", explica Robson.
O diretor-presidente da Agereg (Agência Municipal de Regulação de Serviços Públicos), Odilon de Oliveira Júnior, afirmou que já havia uma reunião marcada para hoje entre prefeitura e consórcio para achar uma solução.
“A prefeitura tem feito das tripas coração. Fizemos o reajuste contratual no começo do ano. Fizemos algumas alterações técnicas para fortalecer o sistema. Começamos a pagar as gratuidades. Isso dá quase R$ 1 milhão. Com esse aumento do diesel desequilibrou tudo”, reclama.
Segundo Odilon, a prefeitura também deve judicializar a situação. “A greve tem que ser precedida por meios legais, comunicação prévia, deliberação de assembleia”, comentou.
Procurador-geral do município, Alexandre Ávalo afirma que se trata de uma relação privada entre empregados e empregador.
“O município é o poder concedente e vai avaliar tomada de medidas para restabelecer o serviço, pode, inclusive, como medida mais contundente, fazer a encampação do serviço. Mas até nesse momento, é uma insatisfação dos empregados com empregadores numa relação privada. A empresa é responsável por resolver as questões da relação de trabalho”.
De acordo com Demétrio Freitas, presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo, nenhum ônibus vai rodar em Campo Grande nesta terça-feira. A greve vai durar por tempo indeterminado, até que seja realizado o pagamento dos funcionários. "Se pagarem hoje, a gente volta amanhã, se pagarem amanhã a gente volta na quinta", disse Demétrio.
(Matéria alterada às 9h05 para acréscimo da entrevista com o procurador-geral do município)