Contas em atraso dificultam compra emergencial de 320 tipos de remédios
Enquanto isso, postos de saúde convivem com buracos nas prateleiras e faltas constantes que vão de álcool etílico a antibióticos.
Com fornecedores em atraso e pagamentos suspensos, a prefeitura não está conseguindo comprar medicamentos que faltam nos postos de saúde da Capital. Levantamento feito pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), a pedido do prefeito Marquinhos Trad (PSD), soma 320 itens, porém, uma dívida na ordem de R$ 360 milhões põe em cheque a credibilidade do Município e espanta as empresas das licitações.
Quando se está devendo, é difícil comprar. "A gente não tava conseguindo porque não havia pregões e por problemas com fornecedores, mas estamos chamando todos para resolver isso e viabilizar essa questão", explicou o secretário municipal de Saúde, Marcelo Vilela. A expectativa, segundo ele, é que os medicamentos sejam adquiridos até o fim do mês.
Questionado sobre valores, desvia: "Estamos auditando. É um número grande", disse Vilela, em entrevista concedida ao Campo Grande News após coletiva no Hospital do Câncer nesta terça-feira (17). Em 5 de janeiro, Vilela comentou à reportagem que a dívida deixada na área da Saúde ultrapassava R$ 20 milhões.
Quase duas semanas depois, a alternativa encontrada foi convocar os fornecedores para explicar a situação e pedir um voto de confiança, a exemplo do que Trad fez com outros credores, como a Energisa e Águas Guariroba que cobram R$ 12 milhões em contas de água e luz acumuladas durante os últimos seis meses de gestão do ex-prefeito Alcides Bernal (PP).
Diagnóstico - No terceiro dia de gestão (4 de janeiro), Trad chegou sem avisar no Centro Regional de Saúde do bairro Tiradentes, região leste da Capital. Durante a vistoria, encontrou a farmácia com vários medicamentos faltando. Na ocasião, falou da necessidade de comprar remédios emergencialmente. Desde que assumiu, passou por diversas unidades, em regiões como Vila Almeida, Coronel Antonino, Nova Bahia e Jardim Leblon.