ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
DEZEMBRO, QUINTA  26    CAMPO GRANDE 23º

Capital

De 816 vagas de recenseador na Capital, só 450 continuam no emprego

Censo 2022 começou com cerca de 500, mas muitos abandonaram o emprego por considerar que não compensa

Karine Alencar e Cleber Gellio | 22/09/2022 16:13
Previsão de contrato é de três meses, podendo ser prorrogado. (Foto/Arquivo: IBGE)
Previsão de contrato é de três meses, podendo ser prorrogado. (Foto/Arquivo: IBGE)

Segundo a coordenadora do Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em Campo Grande, Sylvia Martinez Assad de Oliveira, até o dia (13) de setembro, haviam cerca de 350 vagas ainda abertas para recenseadores na Capital. O número de contratados não superou 500, de 816 vagas oferecidas, mas hoje são cerca de 450 no trabalho.

A abertura do novo processo seletivo se deu em razão de desistências de alguns contratados, por conta da dificuldade do trabalho, insegurança nas ruas e desrespeito à regras do edital, como pagamento de vale alimentação.

"Tivemos algumas desistências de pessoas que começaram, mas pela exposição na rua, em lugares que não conhecem e acabaram saindo, outras viram que não era como pensavam, acharam difícil e também desistiram, e alguns não conseguiram de adaptar", comentou.

Mesmo diante dos empecilhos, a coordenação descarta a hipótese de prorrogação do levantamento. "Não estamos trabalhando com essa possibilidade de prorrogação, estamos fazendo todos os esforços possíveis para terminar no dia 31 de outubro", disse.

Em Campo Grande, recenseadores do IBGE confirmam que tem enfrentado dias difíceis na tentativa de retratar com precisão o Brasil de hoje. E quem não cumpre a meta, não recebe. Mesmo com a falta de trabalhadores e dificuldades para obter respostas, o órgão diz não haver previsão de prorrogação para a pesquisa, que deve ser encerrada no dia (31) de outubro.

A recenseadora Silvia Cristina Duarte de 41 anos, conta que já recebeu inúmeras recusas durante as abordagens. " A maior dificuldade é conseguir falar com as pessoas. Vou de manhã, a tarde, até à noite. Mesmo aos sábados e domingos, ninguém quer falar. Bato no portão, bato palma e não querem responder. Já era para eu ter terminado, mas tem alguns que falaram que não são obrigados a responder", relata.

Desistência - A pesquisa começou a ser realizada no dia (1º). Os recenseadores são remunerados por produtividade, com exigência de que trabalhem ao menos 25 horas semanais. Segundo o edital, recebem auxílio alimentação, transporte e pré-escola além de 13º e férias proporcionais.

Mas recenseadora, de 30 anos, que desde agosto trabalha no Censo, garante que nunca recebeu auxílio alimentação "e o vale transporte veio depois de 15 dias. Nunca veio o auxilio creche também", assegura. Como só recebe quando fechar o setor designado para ela, até hoje não recebeu nada. "Tá bem difícil. Tem 3 prédios para eu fazer, mas não deixam a gente subir para fazer o trabalho. Enquanto não termino meu setor, não recebo. Só fico porque eu preciso mesmo", lamenta.

Segundo ela, tudo piora porque muitas pessoas estão confundindo o trabalho com ação política e "confundem com cabo eleitoral. Acham que vão perguntar se é Lula ou Bolsonaro.. E não levam a gente a sério".

Assaltos- Três dias após o início da pesquisa, uma supervisora e recenseadora do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) foram assaltadas por dois criminosos, um deles armado, enquanto realizavam as entrevistas no Bairro Coophatrabalho.

Em menos de uma semana, mais um recenseador foi assaltado durante entrevistas do Censo 2022, em Campo Grande. O crime aconteceu na Rua José Passaralli, Vila Belo Horizonte, na tarde de quarta-feira (10).

Apelo- O IBGE pede para que a população responda ao Censo. "Esses dados são necessários para o exercício da cidadania, para saber quem somos e quantos somos, para que esses números sirvam para promover políticas públicas", pontuou.

O instituto ressalta ainda que, os recenseadores são identificados pelo crachá, e a entrevista pode ser feita do portão, não é preciso entrar no domicílio. Essa recomendação é feita, inclusive pelo próprio IBGE, para garantir a segurança dos nossos recenseadores e dos próprios moradores.

Nos siga no Google Notícias