Defesa de Agnaldo tenta, no júri, desqualificar parte da acusação
O advogado disse que o crime foi culpa da ignorância de duas pessoas
A defesa do jornalista Agnado Ferreira Gonçalves, 61 anos, que está sendo julgado hoje pela morte do menino Rogério Pedra, há dois anos, tentou, nesta manhã, convencer os jurados de que o réu cometeu crimes menos graves do que a acusação feita pelo Ministério Público Estadual e acatada pelo juiz.
Agnaldo está sendo acusado de homicídio simples pela morte de Rogerinho e ainda por três tentativas de homicídio. Ao se manifestar no plenário, o advogado Valdir Custódio, que representa o jornalista, defendeu que sejam desclassificadas duas tentativas de homicídio, uma contra a menina irmã de Rogerinho que estava no carro no dia do crime e a outra contra o tio, Aldemir Pedra Neto, que discutiu com Agnaldo no trânsito.
Para o advogado não houve tentativa de homicídio porque as duas vítimas não foram atingidas. Ele defende que Aguinaldo tem que pagar pelo crime que cometeu sim, mas que seja por homicídio privilegiado que diminui um sexto da pena.
“O Aguinaldo não brigou sozinho na rua”, questiona o advogado. Ele falou durante 1h30 depois da acusação. Antes de começar a falar, Valdir sentou em frente aos jurados e explicou que iria fazer a defesa de acordo com que achava correto.
“Eu defendo o que é justo, não a atitude do Aguinaldo”. Esse crime foi culpa da ignorância de duas pessoas. Conforme o advogado, Aguinaldo deve ser condenado pela ignorância dele.
No dia do crime houve uma discussão que durou cerca de 10 a 15 minutos. Para o defensor ninguém é monstro do dia para a noite, nenhum fato surge do nada. Ele quer levar aos jurados que o Ademir também teve uma parcela de culpa.
Ele disse que a pergunta que a sociedade campo-grandense faz é porque o jornalista fez isso. Apontando para os envolvidos, ele disse: pela ignorância dos dois. “Porque dois ignorantes toparam na rua e ele (Aguinaldo) matou.
Briga-Durante a discussão com o tio do menino Aldemir Pedra Neto, o jornalista efetuou quatro disparos, atingindo João Alfredo Pedra (avô de Rogerinho) e o menino, que foi baleado no pescoço, não resistiu ao ferimento. A família estava em uma caminhonete L-200 e o jornalista em um Fox.
Agnaldo chegou a ficar 80 dias preso. Depois, teve nova prisão decretada, sob a alegação de que forjou uma separação para escapar da ação que cobra indenização de R$ 1,3 milhão.
Mesmo sem ter sido preso, ele obteve habeas corpus no TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).
No ano passado, a prisão preventiva foi decretada porque o jornalista não foi encontrado no endereço informado à justiça. Ele havia se mudado para Praia Grande, no litoral de São Paulo.
O crime foi cometido em 18 de novembro de 2009, em Campo Grande.