Defesa de ex-major tenta suspender julgamento e desqualificar provas
Sérgio Roberto de Carvalho é julgado neste momento pela Auditoria Militar
A defesa do ex-major da Polícia Militar, Sérgio Roberto de Carvalho, em julgamento nesta manhã na Auditoria Militar, no Fórum de Campo Grande, apresentou seis pontos ao júri, que tentaram suspender o julgamento ou desqualificar provas.
O juiz auditor e os quatro oficiais que compõem o júri negaram cinco pontos e acataram parcialmente um deles.
A primeira tentativa da defesa foi alegar que os crimes cometidos pelo ex-major são de caráter civil e não devem ser julgados por militares. Por unanimidade, o júri desqualificou o argumento, pois entende que os crimes ocorreram quando Carvalho era policial militar.
Outro ponto confrontado foi o cerceamento das testemunhas de defesa do acusado, que não teriam recebido a intimação a tempo do julgamento, no entanto, o júri desqualificou o argumento. Afirmou que as testemunhas foram intimadas, mas não localizadas, e que, pelo caráter emergencial do caso, não há tempo para esperar a intimação oficial.
A defesa do ex-major também tentou desqualificar a licitude da gravação telefônica. Alegou que os laudos não têm parecer técnico de peritos, mas o júri indeferiu o pedido, pois, pela jurisprudência, não há obrigatoriedade de parecer especializado no documento.
O júri desqualificou ainda alegações da defesa sobre a autenticidade da voz do ex-major, que aparece em interceptações telefônicas, bem como Carvalho ter sido denunciado por fatos genéricos e sem provas.
O único ponto acatado, de forma parcial, foi a solicitação da defesa em alterar a tipificação da acusação. O júri afirmou que vai dar o parecer sobre o ponto ao final do julgamento, já que analisá-lo agora pode comprometer o andamento do processo.
Julgamento - O início do julgamento de Sérgio Roberto de Carvalho ocorreu há pouco. Dois policiais estão do lado de fora da sala, enquanto outros dois acompanham o acusado, que chegou de cabeça baixa, trajando tênis, calça jeans e casaco.
Ele chegou ao Fórum algemado e, após o início do julgamento, os policiais retiraram as algemas a pedido da defesa.
O ex-major é acusado de envolvimento em vários crimes, desta vez, é julgado por falsificação do selo ou sinal público constatado pelas investigações que resultaram na operação Las Vegas, deflagrada pela Polícia Federal em maio de 2009.
O julgamento de Carvalho só não aconteceu antes porque ele arrolou testemunhas para serem ouvidas na Bolívia e na Colômbia.
A operação Las Vegas que desmantelou a quadrilha apreendeu 18 veículos, um avião, 97 máquinas de caça níqueis, R$ 77 mil, US$ 1,7 mil, computadores e notebooks. A investigação teve início após denúncia anônima.