Defesa de guardas denuncia rodízio por delegacias e quer vagas em presídio
Além da profissão, os guardas são colegas de Marcelo Rios, preso com arsenal, em outra função: segurança de empresário
Mais dois guardas municipais, presos por ameaçar testemunhas após um colega ser flagrado com arsenal, pedem transferência para o sistema penitenciário.
Segundo a defesa, o local da prisão de Rafael Antunes Vieira e Robert Vitor Kopetski é alternado entre a carceragem do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos de Repressão a Roubo à Banco, Assaltos e Sequestros) e da Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico).
As delegacias ficam na mesma região de Campo Grande, na saída para Três Lagoas. Segundo a defesa, a mudança de local não tem critério legal e os guardas ficam expostos a contato com outros presos, não têm direito a visita de parentes e a situação descumpre prerrogativa funcional.
Conforme lei de 2014, “é assegurado ao guarda municipal o recolhimento à cela, isoladamente dos demais presos, quando sujeito à prisão antes de condenação definitiva”. O pedido de transferência foi protocolado no sábado (dia 25) ao processo e ainda não teve decisão.
Além da profissão, os guardas são colegas de Marcelo Rios, preso há uma semana com arsenal, em outra função: segurança de um empresário de Campo Grande.
A suspeita da polícia é que armas tenham sido usadas em pelo menos três execuções em Campo Grande. Os AK-47 têm o mesmo calibre usado nos assassinatos do chefe da segurança da Assembleia Legislativa, o subtenente Ilson Martins Figueiredo; de Orlando Silva Fernandes, o “Bomba”; e de Matheus Coutinho Xavier, filho de um capitão reformado da Polícia Militar.
O armamento passará por comparação balística para confirmar se foi usado em crimes. Marcelo Rios teve a transferência do Garras para o presidio autorizado pela Justiça. Mas, no fim da tarde de sexta-feira (dia 24), num documento escrito a mão, Rios suplica que a transferência seja efetivada. “Preciso sair daqui urgente”.