Defesa de Jamilzinho convoca psiquiatras e quer suspender ação por homicídio
O processo sobre execução de universitário tem audiência marcada para 2 e 3 de março
A defesa do empresário Jamil Name Filho, conhecido como Jamilzinho, chamou psiquiatras como testemunhas e quer suspender o andamento do processo em que o preso é réu pela execução do universitário Matheus Coutinho Xavier, morto por engano em abril do ano passado. A ação é desdobramento da operação Omertá.
Os documentos foram anexados ontem (dia 3) ao processo por homicídio qualificado, que tramita na 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande. O advogado Fábio Gregório, que tem escritório em São Paulo, anexou uma lista com nove testemunhas, sendo dois médicos psiquiatras: Marcos Estevão e Leonardo Fabrício Gomes Soares.
Nesta quarta-feira (dia 4), a reportagem questionou a defesa se pretende apresentar recurso de insanidade mental (quando o réu não é responsável por suas ações). “Entendo o trabalho da imprensa, mas, por questão de estratégia processual, não posso antecipar o que vamos alegar em processo”, afirma o advogado.
A ação sobre o homicídio tem audiências marcadas para 2 e 3 de março, quando serão ouvidas as testemunhas de acusação contra sete réus. No entanto, a defesa de Name Filho entrou ontem com exceção de litispendência e pede que o processo da execução tenha andamento suspenso até a decisão sobre o recurso.
“Litispendência é quando o mesmo fato está sendo processado em dois autos distintos. A defesa entende que a denúncia de armas na ação da morte do Matheus Xavier faz litispendência com a ação principal de armas. A mesma circunstância e o mesmo contexto fático. Ele pode ser condenado duas vezes pelo mesmo fato”, afirma o advogado, lembrando que Name Filho também foi denunciado, em outro processo, pelo arsenal apreendido em imóvel de Campo Grande.
Médicos – O psiquiatra Marcos Estevão atendeu Jamil Name Filho quando ele foi preso na operação Xeque-Mate, realizada em 2007 pela PF (Polícia Federal).
“Já fui médico dele. Mas acho até um absurdo colocar o médico como testemunha. O médico não pode falar nada por causa do sigilo profissional. Quando precisa dar parecer, a Justiça solicita e a perícia não pode ser feita por médico que já atendeu o paciente”, diz.
O psiquiatra Leonardo Fabrício Gomes Soares agradeceu o contato da reportagem, mas não quis se manifestar.