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Capital

Defesa diz que pistoleiro sofreu tortura e trabalha para reduzir pena em júri

Aline dos Santos e Nadyenka Castro | 24/02/2012 09:57

O destino dos réus será decidido por cinco homens e duas mulheres

Valdemir e Irineu terão destino definido hoje no Tribunal do Júri. (Foto: Marlon Ganassin)
Valdemir e Irineu terão destino definido hoje no Tribunal do Júri. (Foto: Marlon Ganassin)

A defesa dos dois acusados que vão a júri popular nesta sexta-feira pela execução do então presidente da Câmara Municipal de Alcinópolis vai tentar “derrubar” duas qualificadoras do crime, além de alegar tortura.

De acordo com o advogado José Roberto Rodrigues da Rosa, não há motivo torpe e nem promessa de recompensa. Na prática, a redução das qualificadoras resulta em uma pena menor. O pistoleiro Irineu Maciel e Valdemir Vansan, apontado como contratante, também são acusados por homicídio que dificultou a defesa da vítima.

“A confissão do Irineu na delegacia se sustenta nas coisas que um familiar teria ouvido. O Valdemir não teve participação nenhuma, ele é apenas cunhado do Irineu. Ele [Irineu] teria sofrido uma certa tortura na delegacia”, afirma.

O destino dos réus será decidido por cinco homens e duas mulheres. O julgamento acontece na 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande.

O vereador foi morto em 26 de outubro de 2010 na avenida Afonso Pena, próximo ao Hotel Vale Verde. Irineu foi preso em flagrante por policiais civis que passavam no local logo após o crime.

Ele foi levado ao local da execução na garupa da moto de Aparecido Souza Fernandes, que também foi preso, mas recorre para não ir a julgamento.

Valdemir foi preso horas depois do assassinato. Conforme a denúncia, Irineu e Valdemir agiram por motivo torpe, diante da promessa de receber recompensa, e utilizaram recurso que dificultou a defesa da vítima.

Ainda na delegacia, Irineu disse que receberia R$ 20 mil, sendo R$ 3 mil adiantados, pelo crime e que o revólver calibre 38 lhe foi entregue pelo cunhado. O acerto era para “fazer uma pessoa”, cujo nome foi repassado por Valdemir.

Em interrogatório diante do juiz, Irineu deu uma nova versão para o crime. De acordo com ele, o motivo foi vingança porque o vereador o teria humilhado. O pistoleiro também afirmou ser dono da arma utilizada na execução.

Advogado de defesa quer reduzir qualificadoras de homicídio. (Foto: Marlom Ganassin)
Advogado de defesa quer reduzir qualificadoras de homicídio. (Foto: Marlom Ganassin)

Reviravolta – Em julho do ano passado foram presos o prefeito de Alcinópolis, Manoel Nunes da Silva (PR), os vereadores Valter Roniz (PR), Enio Queiroz (PR) e Valdeci Lima (PSDB), o comerciante Ademir Luiz Muller e a funcionária da prefeitura Jurdete Marques de Brito.

À época, a Polícia afirmou que as novas prisões eram para identificar o mandante do crime. A justiça aceitou denúncia contra os vereadores, que vão responder pelo crime e podem ir a júri popular.

Mesmo afastado da prefeitura, Manoel Nunes da Silva tem direito a foro privilegiado e só pode ser processado pelo TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). O tribunal aceitou a denúncia, mas a defesa do prefeito recorreu.

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