Defesa diz que trabalhará de madrugada para ler "mil páginas" sobre prisão
O conteúdo da decisão não foi informado pelo advogado Renê Siufi que disse não ter decidido sobre os próximos passos
O advogado Renê Siufi, que defende o empresário Jamil Name e o filho, disse que vai trabalhar durante a madrugada para definir os próximos passos da defesa. Isto porque, segundo ele, a decisão sobre a prisão dos dois na manhã desta sexta-feira (27), durante a Operação Ormetà, tem mais de mil páginas.
A cópia da decisão foi retirada no cartório da 7ª Vara Criminal da Comarca de Campo Grande pelo advogado André Borges no fim da manhã e entregue para Siufi em um pen drive.
Por volta das 17h30, a reportagem entrou em contato com Siufi para ter informações sobre o teor da decisão que prendeu preventivamente Jamil Name e Jamil Name Filho e o advogado não quis adiantar. “É uma decisão longa, são mais de mil páginas”, comentou Siufi, afirmando que trabalhará durante toda à noite e até madrugada antes de decidir os próximos passos da defesa.
A Operação - Jamil Name e Jamil Name Filho foram presos preventivamente em condomínio de luxo no Jardim São Bento, na manhã desta sexta-feira (27). A operação é realizada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), força-tarefa da Polícia Civil que investiga execuções na Capital, Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assalto e Sequestros) Batalhão de Choque e Bope.
Ao todo, são 23 ordens de prisões: sendo 13 mandados de prisão preventiva e 10 mandados de prisão temporária em Campo Grande. A lista de presos inclui um policial federal e quatro policiais civis. A operação foi autorizada pelo juiz da 7ª Vara Criminal de Campo Grande, Marcelo Ivo de Oliveira.
Nome da operação, Ormetà é um código de honra da máfia italiana, que faz voto de silêncio. Jamil Name é o empresário para quem trabalhava o então guarda municipal Marcelo Rios, preso em maio com um arsenal que pode estar ligado a crimes de pistolagem em Campo Grande.
O arsenal tinha o mesmo modelo de fuzil usado em três execuções. As vítimas foram Ilson Martins de Figueiredo (policial militar reformado e então chefe da segurança da Assembleia Legislativa), Orlando da Silva Fernandes (ex-segurança do narcotraficante Jorge Rafaat) e o universitário Matheus Coutinho Xavier (a suspeita é de que o alvo fosse seu pai, um policial militar reformado).
Na sequência, foram presos outros dois guardas municipais, que também trabalhavam na segurança do empresário. Eles foram denunciados pelo Gaeco por obstruir investigação e integrar organização criminosa.