Defesa entra com recurso na justiça para libertar Polaco e os dois filhos
Os três foram presos no último dia 23 de novembro, durante a operação Alvorada Voraz
Motivo de impasse, a validade das prisões temporárias do contrabandista Alcides Carlos Grejianin, o Polaco, e de seus dois filhos será questionada na justiça.
Os três foram presos no último dia 23 de novembro, em Eldorado, durante a operação Alvorada Voraz, que desarticulou esquema de contrabando de cigarro. De acordo com o advogado Sandro Pimentel, será pedida revisão do prazo ao juiz Albino Coimbra Neto, que autorizou as prisões.
Inicialmente, as prisões temporárias venceriam na segunda-feira, mas foram prorrogadas por mais cinco dias. Conforme a defesa, como a prorrogação foi informada no sábado, o prazo da prisão vence hoje. Já a polícia alega que o prazo termina amanhã.
“Vou entrar com recurso hoje para que o juiz tome uma decisão”, explica o advogado. Por medida de segurança, Polaco e os filhos são transferidos constantemente de delegacias.
Segundo o advogado Benedicto Figueiredo, que também atua na defesa do trio, a ordem prorrogando a prisão não estipula a partir de que data o prazo de cinco dias será contado.
Realizada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e a PRF (Polícia Rodoviária Federal), a operação prendeu 16 pessoas, sendo cinco policiais militares. Eles são acusados de receber propina de R$ 3 mil a R$ 6 mil para liberar os comboios de cigarros.
Três policiais colaboraram com a investigação e já foram soltos. Uma pessoa permanece foragida. Trata-se de Aparecido Costa, que inicialmente foi identificado como agente tributário estadual, mas a informação foi contestada pelo Sindate/MS (Sindicato dos Agentes Tributários Estaduais de Mato Grosso do Sul).
O Gaeco investiga o grupo desde outubro do ano passado. Foram realizadas apreensões de mais de 50 carretas de cigarros em Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Paraná, totalizando sete milhões e quinhentos mil maços apreendidos e um prejuízo em torno de R$ 20 milhões.
Dono de um patrimônio milionário, Polaco responde a processos por contrabando de cigarro e lavagem de dinheiro A justiça federal já sequestrou seis fazendas de propriedade do contrabandista, sendo uma avaliada em R$ 20 milhões.
Alcides Grejianin também foi apontado como um dos envolvidos na morte do auditor da Receita Federal, Carlos Renato Zamo, que foi assassinado em outubro de 2006. Ele foi encontrado carbonizado dentro de um veículo na MS-295, entre as cidades de Iguatemi e Eldorado.