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Capital

Apreensões da polícia evitaram desvio de R$ 15 milhões em cigarros

Francisco Júnior | 23/11/2011 18:26

Quadrilha de contrabando de cigarro era formada por policiais militares.Três foram presos nesta quarta-feira

Polaco foi trazido para a sede do Gaeco, em Campo Grande. (Viviane Oliveira)
Polaco foi trazido para a sede do Gaeco, em Campo Grande. (Viviane Oliveira)

As apreensões de carregamentos de cigarro feitas desde outubro do ano passado pela polícia causaram um prejuízo de R$ 15 milhões a quadrilha chefiada pelo contrabandista Alcides Carlos Grejianin, mais conhecido como Polaco. Ele juntamente com integrantes da organização criminosa foi preso durante a operação “Alvorada Voraz” desencadeada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), Polícia Militar e PRF (Polícia Rodoviária Federal) na manhã desta quarta-feira.

O balanço da operação foi apresentado em uma coletiva de imprensa realizada no MPE (Ministério Público Estadual). De acordo com a promotora do Gaeco, Jiskia Sandri Trentin, desde o início das investigações há mais de um ano,30 carregamentos de cigarro, avaliados em R$ 500 mil cada um, foram apreendidos nas estradas federais de Mato Grosso do Sul. A maioria, segundo ela, aconteceu nas BRs 163 e 262.

Dos 17 mandados de prisões expedidos, 15 foram cumpridos, sendo 12 contra civis e 3 policiais militares. Um agente tributário lotado em Brasilândia, que fazia parte do esquema, es´tá foragido. Um PM de Campo Grande também não foi localizado hoje de manhã em sua residência quando policiais do Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais) estiveram no local, no bairro São Francisco.

Conforme a promotora, praticamente todos os mandados de busca e apreensão, um total de 28, também já foram cumpridos.

Durante a apreensão, foram apreendidos 12 veículos, 268 munições de vários calibres, um revólver calibre 38 de propriedade de um policial, um CPU, um notebook e cinco celulares.

A operação foi desencadeada nas cidades de Antonio João, Caracol, Jardim, Porto Murtinho, Campo Grande, Eldorado e Brasilândia, além de Brasília (DF) e Umuarama (PR). A ação reuniu 200 profissionais.

MPE apresentou, em coletiva, balanço da operação. (Foto: Pedro Peralta)
MPE apresentou, em coletiva, balanço da operação. (Foto: Pedro Peralta)

De acordo com Jiskia Sandri, o esquema envolvia o pagamento de propina para os policiais militares e a agente tributário. “Para os policiais eram pago de R$ 3 a R$ 6 mil, e para o agente cerca de R$ 6 mil”, explicou a promotora.

Ela informou que o carregamento entrava no Estado pelo município de Bela Vista, que faz fronteira com a cidade paraguaia de Bela Vista do Norte. De lá, os contrabandistas seguiam por estradas estaduais passando pelos municípios de Jardim, Nioaque, Sidrolândia até Campo Grande, quando as mercadorias eram levadas, por estradas federais, para os estados de Mato Grosso, Paraná, Goiás, São Paulo e Minas Gerais.

A promotora informou que as investigações terão prosseguimento e novas prisões poderão acontecer.

Também estiveram presentes na coletiva os promotores do Gaeco, Marcos Alex Vera, Amilcar Araújo Júnior, o procurador de justiça, João Albino Cardoso Filho e o superintende substituto da PRF (Polícia Rodoviária Federal), Nilson Lanzarini.

Polaco - Alcides Carlos Grejianin, considerado um dos maiores contrabandistas do País, foi preso em uma fazenda na cidade de Eldorado. Ele estava na companhia de seus dois filhos, que também foram presos. Todos já foram levados para a sede do Gaeco, em Campo Grande. Lá, também já estão outro quatro detidos durante a operação.

Polaco é dono de um patrimônio milionário. A justiça federal já sequestrou seis fazendas de propriedade do contrabandista, sendo uma avaliada em R$ 20 milhões. Ele responde a processos por contrabando de cigarro e lavagem de dinheiro. Em fevereiro deste ano, a justiça arrecadou R$ 7 milhões com leilão do gado apreendido.

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