Defesas de presos na Omertà recorrem ao Tribunal de Justiça por habeas corpus
A terceira fase da operação contra organização criminosa foi realizada na última quinta-feira
Novos pedidos de habeas corpus de alvos da terceira fase da operação Omertà chegam hoje ao TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). O advogado Rui Gibim Lacerda, que atua na defesa do policial civil Célio Rodrigues Monteiro, afirma que vai pedir a liberdade do investigador porque não há requisitos para manutenção de prisão preventiva.
A defesa também rebate os pontos apontados pela operação contra o policial. Ao pedir a prisão, que foi deferida, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) cita que Célio recebeu dois depósitos do delegado Márcio Shiro Obara. A investigação acredita que o então titular da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio) teria recebido R$ 100 mil para atrapalhar investigação de execução em Campo Grande.
Ainda contra o investigador, foi apontada prática de peculato, por retirar ar-condicionado de delegacia e instalar em casa. “O Ministério Público alega que ele teria recebido dinheiro do delegado, mas foram empréstimos e vamos provar no decorrer do processo. Já o ar-condicionado que estava na delegacia nunca foi propriedade do Estado. Foi adquirido pelos policiais e quem comprou, leva embora”, afirma Rui Lacerda.
O advogado Rodrigo Corrêa do Couto também vai apresentar hoje pedidos de habeas corpus para Lucas Silva Costa e Rodrigo Betzkowski de Paula Leite. Lucas é apontado pela investigação como braço direito de Euzébio de Jesus Araújo, mais conhecido como Nego Bel e preso desde setembro na primeira fase da Omertà. A promotoria acusa Lucas Silva Costa de atuar na cobrança de dívidas de agiotagem, aquisição de amamento e adulteração de veículos.
Já Rodrigo Betzkowski de Paula Leite é apontado como apoiador de organização criminosa responsável por assassinatos de desafetos em Mato Grosso do Sul. Segundo o documento, ele também teria afirmado para terceiros sobre um plano de vingança contra os participantes da operação.
“A investigação quer levar a crer que eles estão relacionados com o caso por terem contato com agentes ligados aos Name, porém os contatos eram profissionais. Ou seja, em nada tendo a ver com os fatos investigados”, afirma o advogado Rodrigo Corrêa do Couto.