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Capital

Delegada que investigava os Name é afastada após briga com chefe

A decisão foi publicada no Diário Oficial de Mato Grosso do Sul desta terça-feira

Viviane Oliveira e Dayene Paz | 25/07/2023 12:31
Daniella Kades foi ouvida no julgamento que condenou Jamil Name Filho (Foto: Henrique Kawaminami)
Daniella Kades foi ouvida no julgamento que condenou Jamil Name Filho (Foto: Henrique Kawaminami)

A delegada Daniella Kades de Oliveira Garcia, titular da Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude), foi punida com 30 dias de suspensão, após briga ocorrida em 2021 com Adriano Garcia Geraldo, na época delegado-geral da Polícia Civil. A decisão, resultado de um PAD (Processo Administrativo Disciplinar), foi publicada no Diário Oficial de Mato Grosso do Sul desta terça-feira (25).

O documento assinado por Rozeman Geise Rodrigues, delegada em substituição ao atual delegado-geral, Roberto Gurgel, determina o afastamento de Daniella pelo período de 1º a 30 dias de agosto e deixa como substituto, pelo expediente na unidade, o delegado Alberto Luiz Carneiro da Cunha de Miranda.

O afastamento acontece dias depois do julgamento que condenou Jamil Name Filho, 46 anos, o policial civil aposentado Vladenilson Daniel Olmedo, de 64 anos, e o ex-guarda municipal Marcelo Rios, 46 anos, pela morte do estudante de Direito, Matheus Coutinho Xavier, executado no lugar do pai em 2019.

Daniella Kades, que fazia parte da força-tarefa responsável pelas investigações contra grupo de extermínio, foi ouvida no primeiro dia de júri. Procurada, a delegada disse que não recorreu da decisão administrativamente e, se for o caso, futuramente recorrerá judicialmente. A punição seria aplicada no mês passado, mas não foi por causa do julgamento, apurou o Campo Grande News.

Briga - A briga e acusações entre Adriano Garcia, que era delegado-geral, e Daniella Kades, integrante da força-tarefa responsável pelas investigações contra o grupo de extermínio dos Name, ocorreram durante uma reunião com os delegados titulares de todas as delegacias de Campo Grande.

Depois de se recusar a citar nomes de investigados na reunião, a delegada afirmou que “não confiava na polícia”, se referindo a série de denúncias de corrupção dentro dos órgãos de segurança pública feita pela própria força-tarefa da Operação Omertá. Adriano exigia saber como estavam as investigações em relação aos grupos que, supostamente, assumiram o negócio dos Name na cidade.

Na ocasião, aparentemente irritado com a afirmação, o então delegado-geral ameaçou: “Se não vai por bem, vai na dor. Aí, a gente põe hierarquia, porque é muito triste você dizer que não confia”, conforme áudio ao qual o Campo Grande News teve acesso exclusivo à época.

Em fevereiro do ano passado, após perseguir, em plena Avenida Mato Grosso, uma motorista, estourando três pneus do veículo conduzido pela jovem, Adriano decidiu entregar o comando da Polícia Civil em Mato Grosso do Sul.

Outro lado - O delegado Adriano Garcia Geraldo afirmou “a justiça foi feita”, uma vez que o processo administrativo disciplinar demonstrou “a responsabilização da delegada”. Ele nega que tenha pressionado o então subordinada para obter informação privilegiada. “Isso não retrata a realidade. Fez parecer que eu tinha algum vínculo com o jogo do bicho”.

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(*) Matéria alterada às 15h12 para acréscimo de informação.

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