Delegada vai apurar retirada de carro do local de acidente com morte
Procurador mandou retirar carro da esposa de local de acidente e revoltou família da vítima
A delegada Célia Maria Bezerra, da 5ª delegacia de Polícia Civil, disse que vai apurar porque um veículo envolvido no atropelamento de uma idosa, na tarde desta quarta-feira (13), foi retirado do local do acidente antes da chegada da polícia. A vítima, Verônica Fernandes de 91 anos, morreu na hora.
A equipe de reportagem do Campo Grande News presenciou o momento em que o marido da condutora do carro, o procurador de Justiça Gilberto Robalinho da Silva, ordenou a um homem que estava com ele, que retirasse o veículo do local, antes mesmo da chegada da polícia de trânsito. Familiares da vítima que estavam no local se revoltaram com a situação.
“A retirada do veículo traz um certo prejuízo para a investigação, porque o local deixou de ser preservado. Nós vamos analisar a razão pela qual o veículo foi levado e por quem, pois dependendo das circunstâncias, a retirada é crime”, disse a delegada.
Célia também informou que até deixar o local do acidente, por volta das 15h40 de hoje, não sabia o paradeiro do veículo. Pelo CTB (Código de Trânsito Brasileiro), é crime de fraude processual, alterar ou retirar o veículos do locais de acidentes com morte, sem autorização da autoridade policial.
O Campo Grande News tentou falar com o procurador de Justiça, depois que ele deixou o local do acidente, mas ele não foi localizado. Por meio da assessoria de imprensa, o Ministério Público Estadual disse que não irá se manifestar sobre a situação, por se tratar de algo pessoal.
A condutora do veículo e esposa do procurador, Cirlene Lelis Robalinho, 48 anos, passou mal logo após o acidente e deixou o local numa ambulância do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), com o rosto encoberto por um tecido.
Conforme o marido da condutora, um mal-estar também teria sido o motivo do acidente. “Minha esposa me ligou dizendo que passou mal e atropelou uma mulher e achava que essa mulher havia morrido, ela estava muito nervosa”, disse Gilberto Robalinho da Silva, que é procurador de Justiça.
Mas a motorista de transporte escolar, Marlene Salomão, 54 anos, contou outra versão que explicaria o acidente. Ela afirmou à equipe de reportagem que viu a condutora no celular pouco antes do atropelamento. “Eu estava passando e vi ela digitando”, disse.
A Polícia Civil apura as responsabilidades pelo acidente.