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Capital

Depois de delatar Nando, comparsa tem pena reduzida em 3 anos

Michel Henrique afirmou ao juiz que participou do assassinato de "Café" e confirmou o envolvimento do serial killer

Geisy Garnes e Mirian Machado | 14/09/2018 16:58
Michel Henrique passou por júri nesta sexta-feira (Foto: Marina Pacheco)
Michel Henrique passou por júri nesta sexta-feira (Foto: Marina Pacheco)

Michel Henrique Vilela Vieira, comparsa de Luiz Alves Martins Filho, o Nando, e Jean Marlon Dias Domingues, foi condenado a 13 anos de prisão nesta sexta-feira (14) pela morte de “Café” ou “Neguinho” - uma das 13 vítimas assassinadas pelo “grupo de extermínio” no bairro Danúbio Azul. Os outros dois suspeitos já haviam sido condenados pelo mesmo crime.

Conforme o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), assim como as outras vítimas de Nando, “Café” foi atraído para o Jardim Veraneio, estrangulado com uma corda, agredido com golpes de chave de fenda e esfaqueado. Depois de morto, ele foi enterrado de ponta cabeça em um covas no ‘cemitério clandestino’.

A vítima, até hoje não identificada, teria sido morta por dever dinheiro a Nando e ter agredido Jean dias antes. Os dois passaram por julgamento no dia 29 de junho, e em juízo negaram envolvimento na morte de Café. Ainda assim assim, foram condenados a 18 anos e 3 meses e 5 anos e seis meses de prisão em regime fechado.

Sem advogado na data, Michel teve o processo separado dos comparsas e por isso só foi julgado nesta manhã. Diante do juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, confessou ter levado a vítima ao local que ficou conhecido como cemitério clandestino. Ele ainda confirmou ao júri que Nando assassinou Café, com sua ajuda e de Jean.

Enquanto o promotor de justiça Douglas Oldegardo Cavalheiro dos Santos pediu a condenação de Michel por homicídio qualificado por motivo torpe, recurso que dificultou a defesa da vítima e ocultação de cadáver, o defensor público Ronald Calixto Nunes pediu a absolvição do cliente, ou a exclusão das qualificadoras e a redução da pena diante da confissão do crime.

Por maioria dos votos, o conselho de sentença condenou Michel pelos crimes denunciados pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul). Durante a leitura da sentença, o juiz levou em consideração dois fatores: a confissão do crime e a delação dos outros dois suspeitos, Nando e Jean.

Segundo o juiz, Michel não só confessou o crime, mas também detalhou a motivação, o envolvimento de Jean e Nando e como o assassinato aconteceu, sendo a prova definitiva da participação dos outros dois réus, que negaram o homicídio durante julgamento. “Assim, em outras palavras, é com base também na confissão e delação deste acusados que se tem certeza de que a condenação de Nando e Jean foi correta”, defendeu.

Por conta desses fatores, a pena que inicialmente era de 16 anos de reclusão por homicídio, foi reduzida a 12 anos (um anos pela confissão e dois pela delação dos comparsas). Michel ainda foi condenado a um ano e um mês por ocultação de cadáver, o que somou uma pena de 13 anos e um mês de prisão em regime fechado.

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