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Capital

Mãe de uma das vítimas de Nando esperou filha voltar durante 8 meses

Primeiro dos 13 julgamentos do serial Killer começou às 8h desta quinta e previsão é que siga até às 19h

Guilherme Henri e Bruna Kaspary | 29/06/2018 13:10
Matilde Farias da Silva (Foto: Saul Schramm)
Matilde Farias da Silva (Foto: Saul Schramm)

“Esperei que ela voltasse para casa durante oito meses, mesmo ouvindo boatos que Nando sumia com as pessoas. Não queria acreditar nisso”, lamenta Matilde Farias da Silva, mãe de uma das 13 vítimas de Luiz Alves Martins Filho, o serial killer “dono de um cemitério particular” onde as vítimas eram enterradas de cabeça para baixo.

Matilde é mãe de Aline Farias da Silva, 22 anos. A mulher conta que esteve no fórum de Campo Grande há duas semanas para saber o dia do julgamento de Nando. Porém, acreditou que hoje (29) o assassino confesso seria julgado pela morte da filha.

“Eu quero que seja feita Justiça, pois minha filha [Aline] era dependente química, mas só Deus pode tirar vida de uma pessoa. Eu sei o que aconteceu mas, não como não vi as vezes penso que nada disso aconteceu mesmo”, desabafa.

A mãe ainda revela que Aline era dependente química há cerca de 10 anos e deixou duas filhas, uma de 6 e outra de 10 anos.

Foto de Aline durante apresentação da Polícia Civil sobre o caso (Foto: Reprodução)
Foto de Aline durante apresentação da Polícia Civil sobre o caso (Foto: Reprodução)

Além de Nando, também é julgado Jean Marlon Dias Domingues, suspeito de ter ajudado a matar “Café” ou “Neguinho”, vítima que até hoje não foi identificada. Um terceiro comparsa da morte será julgado em agosto.

O julgamento é presidido pelo juiz Aloisio Pereira dos Santos e a previsão é que siga até às 19h. Os dois são julgados por homicídio doloso – quando há intenção – qualificado por motivo fútil e ocultação de cadáver.

Defesa - Ao Campo Grande News, o defensor dos réus Rodrigo Antônio Stochiero Silva, alega que o processo não tem provas suficientes para comprovar a culpa dos clientes em relação a morte de “Café”.

“São vários erros e vícios durante o processo. Pretendo desconstruir as provas do Ministério Público. Esses acusados não tiveram em momento algum, o direito de serem entrevistados, nem o de permanecer em silêncio preservados”, dispara.

Seguindo a mesma linha, durante depoimento, Jean disse que teve contato com o defensor, quando já estava no presídio. Além disso, Jean alega que só tomou conhecimento sobre seu direito de ficar em silêncio hoje pela manhã em julgamento. Nando também alegou que também não teve contato nenhum com advogado.

Estudantes de direito e advogados analisando julgamento (Foto: Saul Schramm)
Estudantes de direito e advogados analisando julgamento (Foto: Saul Schramm)
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