Dona de ONG nega maus-tratos e diz que vendeu até fazenda para bancar animais
Segundo depoimento à polícia, empresária diz que gasta cerca de R$ 50 mil por mês com os animais
A empresária de 54 anos, dona da Ong MiaCat, presa na sexta-feira (19), por suspeita de maus-tratos a 560 animais em Campo Grande, disse em depoimento à polícia que vendeu uma fazenda para cuidar dos cães e gatos. Relatou ainda que alimenta animais de rua e gasta, em média, R$ 50 mil por mês em cuidados com os bichos.
Segundo a empresária, os animais que vivem em sua casa foram adotados ou encontrados abandonados. Muitos deles estão doentes, por isso, ficam em gaiolas recebendo tratamento, até que possam ser vacinados, castrados ou chipados.
Entre as doenças listadas pela dona da ONG estão gripe, a leishmaniose e a PIF (Peritonite Infecciosa Felina). Ela contou ainda que o responsável pela medicação é um estudante do curso de Medicina Veterinária. Outro funcionário cuidava da limpeza da residência, de 400 metros quadrados. No recinto onde ficam os animais, os funcionários usavam máscaras do tipo hospitalar, botas de plásticos, luvas e toucas.
Ainda segundo a empresária, depois que os empregados iam embora, ela ficava sozinha na residência com os animais e, quando algum deles morriam no local, levava para uma clinica veterinária onde são armazenados e, depois, entregues para o crematório. Acrescentou que a maioria dos gatos morre por peritonite infecciosa felina e os cachorros de leishmaniose.
Quanto às licenças necessárias da atividade, a empresária não soube dizer se estão em dia, afirmando que quem cuida dessa parta é o contador da ONG. Ao ser questionada se tem animais silvestres na residência, ela preferiu ficar em silêncio.
Ontem, a PMA (Polícia Militar Ambiental) disse que recebeu denúncia na quinta-feira (18) de que havia dois macacos filhotes e um adulto no local. Eles não foram localizados durante o flagrante.
Hoje, a reportagem do Campo Grande News voltou ao local. Pelo muro, é possível ver gatos passeando e, ainda, o forte odor de urina, fezes e amônia proveniente do local. Um funcionário atendeu a equipe, mas disse que não iria se pronunciar sobre o caso.
A Ong ficou como fiel depositária dos animais até que se dê destinação a eles, podendo ser outras ONGs que estejam devidamente legalizadas. No caso da organização flagrada pela PMA, a licença de operação está vencida desde fevereiro deste ano.
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