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Capital

Dono de celulares “anti-espião” vai ser ouvido no dia 11 pelo Gaeco

Comissionado do TCE foi um dos alvos de operação que investiga corrupção

Aline dos Santos | 06/09/2017 09:22
Gaeco fez operação contra corrupção no dia 29 de agosto. (Foto: Marcos Ermínio)
Gaeco fez operação contra corrupção no dia 29 de agosto. (Foto: Marcos Ermínio)

Dono de três celulares com tecnologia anti-espionagem e de R$ 105 mil em dinheiro apreendidos durante a operação Antivírus, Parajara Moraes Alves Júnior será ouvido na próxima segunda-feira (dia 11) pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). A convocação é para prestar esclarecimentos.

Ele é servidor comissionado do TCE/MS (Tribunal de Contas do Estado) e, conforme o Portal da Transparência, ocupa cargo de diretor 1, cuja remuneração é de R$ 23.814. Do dinheiro apreendido, R$ 89.420 estavam na mesa do gabinete do investigado no tribunal e R$ 16 mil em sua residência.

Parajara também chamou a atenção por ter três celulares Granite Phone. O aparelho é apresentado como totalmente seguro, com criptografia que elimina qualquer risco contra a privacidade dos seus usuários, roubo de dados e espionagem. O modelo custa R$ 3.299.

Num dos desdobramentos, a operação investiga contratos da empresa Pirâmide Central Informática com o poder público. Primeiro, em 26 de setembro do ano passado, fez contrato, com dispensa de licitação, com o Detran (Departamento Estadual de Trânsito), no valor de R$ 7,4 milhões.

Em 22 de dezembro, firmou contrato de R$ 9,4 milhões com o TCE. Na investigação, Parajara está entrelaçado a José Sérgio de Paiva Júnior, que é lotado na diretoria de administração interna do tribunal e proprietário da empresa North Consult.

“Conforme destacado nos autos, José Sérgio de Paiva foi identificado em vários áudios relevantes das interceptações telefônicas, discutindo questões atinentes à empresa Pirâmide Central Informática Ltda-ME, principalmente com Luiz Alberto de Oliveira Azevedo e também seu chefe direto no Tribunal de Contas do Estado Parajara Alves de Moraes Junior – denotando indícios de que ambos estão envolvidos na atividade criminosa, especialmente em favor da Pirâmide Central Informática”, informa o documento.

Conforme o advogado André Borges, que atua na defesa de Parajara Moraes Alves Júnior, os celulares foram comprados no mercado legal e ele está à disposição para prestar depoimento.

Na operação, o Gaeco investiga crimes de corrupção ativa e passiva, fraude em licitação, peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

A Pirâmide foi contatada na semana passada, mas informou que não se manifestaria. O TCE não respondeu ao pedido de informações da reportagem até a publicação desta matéria. O Campo Grande News entrou em contato com North Consult, mas não havia diretor no local para falar com a imprensa. 

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